DIA A DIA

Bovespa reflete tensão mundial e fecha com perdas de 0,78%
07/04/2009 - Folha Online

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou os negócios desta terça-feira em terreno negativo, com investidores nervosos devido ao início do período de divulgação dos balanços de empresas nos EUA. Sob a perspectiva de resultados desfavoráveis, os participantes do mercado optaram por continuar a realização de lucros (venda de ações mais caras) vista no pregão de ontem. O câmbio manteve o preço de R$ 2,21.

O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, cedeu 0,78% no fechamento, recuando para os 43.824 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,30 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York perdeu 2,34%.

O dólar comercial foi negociado por R$ 2,217, em leve baixa de 0,04%. A taxa de risco-país marca 383 pontos, número 1,6% acima da pontuação anterior.


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A produtora de alumínio Alcoa será a primeira companhia dos EUA de alguma importância a revelar seus números relativos ao primeiro trimestre deste ano, reconhecidamente fraco para a economia global. Após o encerramento dos mercados, a empresa informou prejuízo de US$ 497 milhões, ante lucro de US$ 303 milhões em idêntico período de 2008. O resultado foi um pouco superior ao esperado por analistas do setor financeiro.

No Brasil, também há alguma preocupação pelos números que devem ser apresentados pelas empresas no trimestre, que também foi negativo para o Brasil. "Sabemos que os resultados das empresas brasileiras no primeiro trimestre de 2009 não serão bons, assim como o PIB [Produto Interno Bruto] será negativo. Contudo, sabemos que, bem ou mal, o governo providenciou medidas que amenizaram os efeitos negativos externos externos", anota a equipe de analistas da corretora Planner, em seu relatório sobre as perspectivas de abril. "As empresas rapidamente se ajustaram, algumas ainda com estoques indesejáveis, mas se adequando conforme as possibilidades", acrescenta.

Para a Planner, o ambiente de negócios melhorou, mas ainda existem muitos incertezas sobre as medidas já tomadas para tirar a recessão global de seu pior atoleiro em mais de 70 anos.

Crédito no EUA

Entre as principais notícias do dia, o Federal Reserve (banco central dos EUA) indicou uma queda de 3,% na concessão de empréstimos no mês de fevereiro, ante um incremento de 3,8% registrado em janeiro. A carteira de crédito total do sistema bancário americano encolheu US$ 7,4 bilhões, quando economistas esperavam uma contração de somente US$ 1,5 bilhão.

No front doméstico, a FGV (Fundação Getulio Vargas) revelou que houve uma deflação de 0,84% em março, medida pelo IGP-DI, ante outra deflação de 0,13% em fevereiro. Trata-se da maior queda desse índice de preços desde setembro de 1995. Economistas do setor financeiro projetavam deflação de 0,64%.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) apontou que o nível de emprego no setor industrial teve sua pior retração --1,5%-- em relação a fevereiro do ano passado. Trata-se da pior queda desde o início da série histórica, em 2003.

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