Bovespa fecha com avanço de 6,59% em dia de euforia global 04/05/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou o primeiro pregão de maio com forte e no período de apenas uma semana já acumula valorização de 10%. Em 2009, o ganho acumulado da Bolsa já chega a 34,2%. Os investidores estão um pouco mais animados com as expectativas para a economia doméstica e internacional. A taxa de câmbio retrai para R$ 2,13.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, valorizou 6,59% no fechamento, alcançando os 50.404 pontos, o maior nível do índice desde 26 de setembro do ano passado. O giro financeiro foi de R$ 7,22 bilhões.
"O principal fator que desencadeou a euforia veio da China, com notícias melhores sobre a economia, o que gerou uma expectativa mais positiva sobre as economias emergentes de forma geral. Ainda precisamos de mais informações, mas há uma consciência generalizada de que o horizonte da economia global melhorou", sintetiza Rodrigo Silveira, gerente de operações da corretora e.um, 'home broker' da corretora Umuarama.
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"A Bovespa subiu muito hoje, com bastante volume financeiro. Realmente, há um grande espaço para realizar lucros [vender ações muito valorizadas], mas para cair [amanhã], vai ser preciso alguns indicadores muito ruins", acrescenta.
O dólar comercial foi vendido por R$ 2,130, em queda de 2,33%. A taxa de risco-país marca 343 pontos, número 2,8% abaixo da pontuação anterior.
"O que nós estamos vendo hoje está totalmente lastreado nas Bolsas de Valores: os investidores estão voltando e parece que não tem o que segure os preços do dólar. É um conjunto de fatores, principalmente em se tratando dos EUA, onde alguns já acham que a economia já bateu 'o fundo do poço', sem esquecer dos indicadores mais positivos que saíram hoje", comenta Marcos Trabold, da mesa de operações da corretora B&T. "Acho que nós já podemos dizer que há um novo patamar de oscilação entre R$ 2,10 e R$ 2,20", acrescenta.
Entre as principais notícias do dia, o boletim Focus, preparado pelo Banco Central, revelou que a maioria dos economistas do setor financeiro melhoraram suas projeções para a evolução do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano: em vez de uma contração de 0,39%, a mediana das projeções aponta uma retração de 0,30%.
O Ministério do Desenvolvimento contabilizou um superávit comercial (exportações maiores que importações) de US$ 3,7 bilhões. O resultado é 113% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado (US$ 1,737 bilhão) e 109% maior que o verificado em março deste ano (US$ 1,772 bilhão).
O Bradesco anunciou lucro líquido de R$ 1,723 bilhão no primeiro trimestre, resultado 9,6% abaixo dos ganhos apurados em idêntico período de 2008. A instituição bancária elevou sua provisão (dinheiro de reserva) para devedores duvidosos em R$ 1 bilhão.
China e EUA
No front externo, analistas comemoraram a iniciativa dos países asiáticos em criar um fundo de emergência com uma verba de US$ 120 bilhões. Os recursos devem ser utilizados para ajudar os países mais seriamente afetados pela crise mundial.
Ainda na Ásia, o Centro Nacional de Informação chinês revelou que espera um crescimento do PIB local de 7% no segundo trimestre, ante um incremento de 6,1% no início do ano, devido aos estímulos maciços concedidos pelo governo nacional.
Nos EUA, o Departamento de Comércio apontou um crescimento de 0,3% no nível de gastos da construção civil, surpreendendo os analistas que esperavam um decréscimo de 1,5% para o período. As notícias também foram positivas no setor imobiliário, onde as vendas pendentes de casas cresceram 3,2% no mês de março, de acordo com a entidade privada NAR (Associação Nacional dos Corretores de Imóveis, na sigla em inglês).