Bovespa fecha com baixa de 3,27% em terceiro dia de perdas 13/05/2009
- Epaminondas Neto - Folha Online
Os investidores deram continuidade ao movimento de realização de lucros (venda de ações muito valorizadas) na jornada desta quarta-feira na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). Desde sexta-feira, a Bolsa já caiu 5,3%. Analistas acreditam que ainda há "gordura para queimar" nos próximos pregões, principalmente por conta da agenda econômica pesada no restante da semana. A taxa de câmbio encerrou o dia a R$ 2,10.
Os três dias consecutivos de retração enxugaram os ganhos acumuladas da Bolsa neste mês para 2,94%. Em seu momento de maior valorização do mês, o índice Ibovespa chegou a valorizar 9%.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, recuou 3,27% no fechamento, aos 48.679 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,99 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em baixa de 2,18%.
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"O mercado julgou que houve otimismo demais e havia um exagero com o ganho acumulado da Bolsa neste ano. Não houve nenhuma grande novidade nesses últimos dias para justificar o que aconteceu na semana passada, principalmente quando há expectativas de que as empresas vão entregar resultados muito menores do que o ano passado", avalia Ivanor Torres, analista da corretora gaúcha Geral. "A economia vai andar devagar, as empresas vão cortar investimentos e o desemprego vai aumentar. Neste ano, não tem jeito", acrescenta.
O dólar comercial foi vendido por R$ 2,106, o que representa um acréscimo de 1,83% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 338 pontos, número 4,32% acima da pontuação anterior.
Os preços da moeda americana subiram em dia de poucos negócios, e com uma nova intervenção do Banco Central, que voltou a comprar moeda.
"Acho que muitas das pessoas que falavam em dólar a R$ 1,90 na semana passada, provavelmente hoje já têm uma opinião diferente. A taxa de R$ 2,00 parece ser um patamar psicológico muito difícil de romper. Além disso, o Banco Central voltou a atuar de uma forma que a gente não via há alguns meses, mostrando, na minha opinião, que o governo está preocupado com a questão dos exportadores", comentou Luiz Fernando Moreira, profissional da mesa de operações da corretora Dascam.
Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA revelou que as vendas do setor varejista caíram 0,4% em abril, sucedendo uma retração de 1,3% em março. Economistas do setor financeiro esperavam estabilidade.
Ainda nos EUA, a consultoria RealtyTrac revelou que o número de pessoas que receberam ao menos uma notificação de despejo cresceu 32% em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado.
A produção industrial na zona do euro teve queda de 2% em março, segundo a Eurostat (órgão de estatísticas da UE). A retração foi ainda pior que o esperado por analistas, que projetavam declínio de 1%, no máximo.
Empresas
A construtora Cyrella registrou lucro líquido de R$ 100,5 milhões no primeiro trimestre de 2009, com avanço de 46,6% sobre os R$ 68,5 milhões obtidos no mesmo período do ano anterior. A ação ordinária desabou 6,74%.
Ontem à noite, a administradora da BM&F Bovespa divulgou que teve lucro líquido no primeiro trimestre deste ano teve uma queda de 1,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, ficando em R$ 227 milhões (R$ 0,11 por ação). A ação caiu 1,67%.