Ações de Sadia e Perdigão sobem e puxam alta da Bovespa 20/05/2009
- Agência Estado
Depois de caírem na terça-feira, dia do anúncio oficial da fusão, as ações da Sadia e da Perdigão voltaram a subir nesta quarta, 20, e lideram as altas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Por volta das 13 horas, Perdigão ON subia 7,38% e Sadia PN tinha valorização de 6,48%, puxando o Ibovespa para cima. No mesmo horário, o principal índice da Bolsa subia 1,51%, aos 52,126 pontos.
O mercado brasileiro também é ajudado pelo tom positivo dos índices das Bolsas em Nova York e pelo petróleo novamente acima de US$ 60 por barril. O Dow Jones subia 0,19%, o Nasdaq tinha valorização de 0,77% e o S&P 500 de 0,50%.
O setor financeiro volta ao foco depois que o Bank of America (BofA) levantou aproximadamente US$ 13 bilhões com venda de ações e diante do depoimento do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, sobre o Programa de Alívio para Ativos Problemáticos (Tarp, na sigla em inglês). Mas os ânimos dos investidores podem ser contidos por mais notícias negativas sobre a economia mundial e sobre empresas, como o corte de empregos e queda no lucro da Hewlett-Packard.
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Em depoimento sobre a ajuda federal ao setor financeiro, Geithner disse que os bancos que passaram pelos testes de estresse já levantaram mais de US$ 56 bilhões e afirmou que o sistema financeiro está começando "a se curar". O secretário do Tesouro norte-americano disse também que ainda estão disponíveis US$ 123,7 bilhões do Tarp.
Por aqui, os analistas se mostram confiantes na continuidade do ingresso de capital estrangeiro e a recuperação dos preços das commodities é um estímulo para a Bolsa, que tem forte dependência de empresas exportadoras de matérias-primas. Nesta quarta, os metais básicos negociados em Londres operavam em direções divergentes.
Fluxo aumenta e dólar chega perto de R$ 2,00
A forte entrada de dólares no País tem derrubado as cotações da moeda norte-america. Nesta quarta-feira, o dólar se aproxima do patamar de R$ 2,00. Às 13h41, é vendido a R$ 2,0210, em queda de 0,69%. A cotação mínima até este horário foi de R$ 2,0150.
Os dados divulgados hoje pelo Banco Central mostram o interesse do investidor estrangeiro pelo mercado brasileiro. Até o dia 15 deste mês, o fluxo de moeda norte-americana está positivo em US$ 2,059 bilhões. O valor já é maior que o registrado em abril, quando foi de US$ 1,430 bilhão - o melhor fluxo cambial desde setembro de 2008, mês do agravamento da crise financeira mundial.
A maior parte da entrada de dólares no período vem do fluxo financeiro. A entrada foi de US$ 1,401 bilhão - resultado de ingressos de US$ 13,880 bilhões e saídas de US$ 12,479 bilhões. Já o desempenho da balança comercial ficou em US$ 658 milhões - fruto de exportações de US$ 5,998 bilhões e importação US$ 5,340 bilhões. Em igual período do ano passado, o fluxo cambial foi positivo em US$ 1,477 bilhão, resultado de superávit comercial de US$ 2,711 bilhões e um déficit no financeiro de US$ 1,234 bilhão.
Acumulado no ano
Contudo, no acumulado do ano até 15 de maio, o fluxo cambial é positivo em US$ 516 milhões, resultado bem inferior ao saldo positivo de US$ 17,140 bilhões verificados em igual período do ano passado.
O fluxo comercial de janeiro até 15 de maio foi positivo em US$ 12,083 bilhões, pouco menos da metade dos US$ 24,639 bilhões verificados em igual intervalo do ano passado. No mesmo período, o fluxo financeiro ficou negativo em US$ 11,567 bilhões, ante resultado negativo de US$ 7,499 bilhões em período equivalente de 2008.