Governo reduz pela metade previsão de crescimento em 2009, para 1% 20/05/2009
- Eduardo Cucolo - Folha Online
O governo federal reduziu a previsão de crescimento da economia em 2009 de 2% para 1%. O dado consta do relatório bimestral de reavaliação do Orçamento deste ano.
No projeto de Orçamento enviado ao Congresso em 2008, antes da crise, a previsão era de um crescimento de 4,5%. Anteriormente, no PAC (Programa de Aceleração de Crescimento), o governo chegou a prever uma expansão de 5%.
Mas durante a votação da proposta orçamentária, após os efeitos da crise chegarem ao país, o percentual foi reduzido para 3,5%. Na reavaliação bimestral feita em março, o governo revisou o número mais uma vez, para 2%, depois da forte retração do PIB de 3,6% registrada no último trimestre do ano passado.
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Na nota divulgada hoje, a revisão é mais uma vez atribuída aos efeitos da crise sobre receitas e despesas.
"Em face do atual cenário de retração econômica mundial, foi necessária revisão para o crescimento real do Produto Interno Bruto em 2009", diz o Ministério do Planejamento em nota divulgada nesta quarta-feira.
Retração
A estimativa do Orçamento ficou abaixo da previsão feita pelo Banco Central em março, que indica um crescimento da economia de 1,2% em 2009. Esse número é revisado no final de cada trimestre, na divulgação do Relatório Trimestral de Inflação.
Foram do governo, no entanto, as previsões continuam apontando para uma queda no (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país).
Os economistas consultados pelo BC na pesquisa semanal Focus, por exemplo, apostam em retração de 0,49%. Já o FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê queda de 1,3%.
Dólar e juros
A reavaliação do Orçamento também traz novas previsões para outros indicadores econômicos.
O governo reduziu previsão para o IPCA (índice oficial de inflação) de 4,5% para 4,3%. Para o IGP-DI, caiu de 4,16% para 2,01%. A estimativa para taxa Selic média no ano caiu de 10,8% para 10,25%. Para o dólar, recuou de R$ 2,31 para R$ 2,23.
A massa salarial dos trabalhadores também vai crescer menos 5,67%, ante 6,29% na previsão anterior. A estimativa para o preço médio do petróleo passou de R$ 47,27 para R$ 53,05.
Arrecadação menor
Também houve revisão das receitas e despesas para este ano. A estimativa para as receitas líquidas caiu de R$ 448,75 bilhões para R$ 439,42 bilhões, o que representa R$ 9,335 bilhões a menos nos cofres do governo.
A projeção para as transferências a estados e municípios foi reduzida em R$ 2,4 bilhões, para R$ 124,85 bilhões.
Para as despesas obrigatórias, excluindo a Previdência, houve um aumento de R$ 3,136 bilhões na previsão, para R$ 51,726 bilhões.
Em relação à Previdência, a previsão de déficit foi revista de R$ 40,055 bilhões para R$ 42,131 bilhões. Esse resultado seria a diferença entre despesas de R$ 223,07 bilhões e receitas de R$ 180,94 bilhões.