Chuva e pouca visibilidade prejudicam buscas ao Airbus da Air France 05/06/2009
- Folha Online
As condições climáticas na região do Atlântico onde caiu o avião da Air France que fazia o voo 447 prejudicam as buscas nesta sexta-feira. Em Recife (PE), o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Decea (diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo), afirmou que há chuva na região e que a visibilidade é baixa.
Aeronaves militares mantêm os trabalhos de reconhecimento na região, em busca de destroços do Airbus.
Um grupo de familiares de ocupantes do voo 447 seguiu na manhã de hoje do Rio para Recife. No Cindacta-3 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), os parentes dos ocupantes da aeronave assistirão a uma exposição sobre a operação por destroços do Airbus e suas dificuldades.
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Os parentes não irão a Fernando de Noronha, acompanhar de perto as buscas. Após a reunião no Cindacta, o grupo retornará ao Rio.
Buscas
O avião caiu na noite do último domingo no Atlântico, quando seguia do Rio para Paris com 228 pessoas a bordo --12 tripulantes e 216 passageiros de 32 países.
A FAB (Força Aérea Brasileira) iniciou nesta sexta o quinto dia de buscas pelo Airbus-A330. De acordo com o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Decea (diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo), as chances de encontrar os corpos dos ocupantes da aeronave são cada vez mais remotas.
"A cada momento diminui a probabilidade de encontrarmos os corpos, porque já estamos com mais de 100 horas do acidente e fica cada vez mais remota essa possibilidade", disse o brigadeiro, em entrevista concedida em Recife (PE).
Busca inconclusiva
Nesta quinta-feira, a FAB informou que os destroços já retirados do Atlântico pelas equipes de buscas não são do Airbus. "Nenhum material do avião foi recolhido. O que nós vimos foram materiais pertencentes a uma aeronave que foram deixados por causa da prioridade de buscas de corpos", afirmou Cardoso. "Até o momento nenhum pedaço da aeronave foi recuperado."
Uma mancha de óleo avistada no local também não foi relacionada com o acidente.
A Aeronáutica informou que não haverá mudanças nos trabalhos de buscas pelo avião, que devem ser reforçados no fim de semana, com a chegada de aeronaves e embarcações da França.
Os motivos do acidente ainda permanecem obscuros, inclusive para o órgão francês responsável pela investigação do acidente. O BEA (escritório de pesquisas e análises, na sigla em francês) afirmou nesta quinta-feira que as mensagens automáticas enviadas pela aeronave só ajudam a esclarecer duas coisas: que o avião passou por uma turbulência e uma tempestade.
Há certeza também de que o avião sofreu despressurização e uma pane elétrica, porque a aeronave enviou alerta automático do tipo durante o voo.
Segundo eles, não é possível precisar a exata velocidade em que o avião voava. Ontem, fontes da investigação ouvidas pelo jornal "Le Monde" disseram que a velocidade "incorreta" de uma aeronave em meio a uma tempestade pode derrubá-la.
O órgão francês alertou ainda para o risco de "interpretações erradas ou especulação" sobre a queda do Airbus. O BEA deve divulgar novos detalhes em entrevista no sábado.