Agronegócio em maio registra maior superávit do ano 10/06/2009
- Célia Froupe - Agência Estado
Um dia depois de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelar queda de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do setor agrícola no primeiro trimestre do ano na comparação com o anterior, o Ministério da Agricultura divulgou a informação de que a balança comercial do agronegócio registrou em maio o maior superávit desde o início do ano. Segundo nota divulgada hoje, o saldo ficou positivo em US$ 5,375 bilhões, o equivalente a R$ 11,073 bilhões.
Apesar de positivo, o dado do mês passado resulta de uma queda tanto das vendas quanto das compras feitas pelo Brasil, com um declínio mais enfático das importações. No mês, as exportações totalizaram US$ 6,024 bilhões, uma redução de 20,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, e as importações somaram US$ 649 milhões, retração de 26,8%.
"A comparação com maio de 2008 acentuou os desempenhos retroativos, pois, na época, o fluxo de comércio apresentou movimento acima da tendência sazonal em razão da regularização de embarques não registrados em março e abril daquele ano, devido à operação-padrão de auditores fiscais aduaneiros", comentaram os técnicos do Ministério da Agricultura em nota à imprensa.
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No acumulado dos últimos 12 meses, o superávit é de US$ 57,169 bilhões, montante 7,4% superior ao valor exportado no período de junho de 2007 a maio de 2008. O montante, de acordo com o ministério, é resultado de exportações no valor de US$ 68,675 bilhões, menos as importações, que somaram US$ 11,506 bilhões.
Ainda conforme a nota do Ministério da Agricultura, dentre os produtos do agronegócio, apresentaram variações positivas de crescimento em maio o complexo sucroalcooleiro (29,7%), sucos de frutas (10%) e fumo e derivados (44,1%). O valor das exportações do complexo sucroalcooleiro saltou de US$ 593 milhões para US$ 769 milhões. A alta é atribuída pelo ministério às exportações de açúcar, que cresceram 61,2% em maio na comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo a cifra de US$ 661 milhões. "Houve aumento tanto de preço como de quantidade nas exportações do produto, respectivamente 9,9% e 46,7%."
Na outra ponta, registraram quedas nos embarques café (-8,1%), complexo soja (-15,6%), carnes (-31,5%), couros e derivados (-45,6%), e produtos florestais (-53,8%). Os valores exportados de soja em grãos diminuíram em relação a maio de 2008, passando de US$ 1,869 bilhão para US$ 1,722 bilhão. Já a quantidade exportada aumentou 5,3% e os preços foram 12,1% inferiores. As exportações de farelo e óleo de soja também tiveram retração de 17,9% e 38,9%, respectivamente, no valor comercializado.
A nota explica também que a receita das exportações de carnes diminuiu 31,3%, de US$ 1,409 bilhão em maio de 2008 para US$ 965 milhões em maio de 2009. As reduções, segundo o ministério, foram de 37,6% para carne bovina in natura, 34,6% para carne de frango e de 40,7% para carne suína. "A diminuição do valor comercializado resultou da redução no preço dos produtos e na quantidade exportada", salientaram os técnicos no documento. Dentre os destinos das exportações do agronegócio brasileiro em maio, destacaram-se pelas taxas positivas as vendas para Índia (2,06%), Bélgica (29,2%), Arábia Saudita (60,5%), Emirados Árabes Unidos (78,6%), Irã (122,1%) e Bangladesh (226%). Em termos de regiões, houve aumento das exportações para a Ásia (1,4%), África (2%) e Oriente Médio (28,8%).