Bovespa fecha em queda de 1,59% e volta aos 51 mil pontos 16/06/2009
- Folha Online
O movimento de realização de lucros (venda de papéis valorizados) continua a dar o tom dos negócios na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). Hoje, nem alguns indicadores positivos nos EUA melhoraram o ânimo dos investidores, que continua cauteloso sobre o ritmo de retomada da economia global. A taxa de câmbio subiu pelo segundo dia, atingindo R$ 1,96.
O termômetro da Bolsa, o índice Ibovespa, retraiu 1,59% no fechamento, aos 51.205 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,32 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York caiu 1,25%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,966, o que representa um acréscimo de 0,66%. A taxa de risco-país marca 286 pontos, número 4,76% acima da pontuação anterior.
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"O que nós estamos vendo é basicamente uma realização de lucros e eu acho podemos ver a Bolsa caindo até a casa dos 48 mil pontos. O capital estrangeiro entrou rápido demais [na Bolsa] e pode sair bem rápido também. Depois da crise do ano passado, a Bolsa subiu demais e o estrangeiro e o investidor de giro rápido precisam colocar esse dinheiro no bolso", comenta Fábio Prandini, da mesa de operações da corretora Elite. "Agora, as perspectivas para a Bolsa para o final de ano continuam muito boas. Na verdade, eu somente estou esperando a Bolsa cair de novo para comprar".
Entre as principais notícias do dia, Fed (Federal Reserve, o BC americano) mostrou que a produção industrial dos EUA teve queda de 1,1% em maio contra abril, a pior variação desde março (retração de 1,8%). A taxa, no entanto, não foi tão desastrosa quanto as projeções de boa parte dos economistas, que esperavam declínio em torno de 1,5%.
Ainda nos EUA, o Departamento de Comércio revelou que a inflação de maio foi de 0,2% pela leitura do PPI (Índice de Preços ao Produtor, na sigla em inglês, que registra a variação de preços no atacado). A variação foi inferior ao estimado por vários economistas do setor financeiro. Nos 12 meses até maio, o PPI registrou queda de 5%, a maior em quase 50 anos.
O mesmo órgão informou que o ritmo de construção de casas em maio teve o maior crescimento em três meses -- 17,2%00, após a queda histórica do mês anterior. O estoque de casas em construção chega a 532 mil, ante projeções que apontavam 500 mil.
Os líderes dos "Brics" pediram nesta terça-feira que o mundo adote uma maior diversificação do sistema de divisas mundial, em uma declaração conjunta após a primeira reunião de cúpula formal dessas potências emergentes.
"Poderíamos investir uma parte de nossas reservas não somente em bônus do Tesouro americanos e europeus, mas também, por exemplo, em instrumentos financeiros emitidos por nossos sócios do Bric", afirmou o presidente russo Dimitri Medvedev.
No front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que as vendas no comércio em abril caíram 0,2%, na comparação com março, quando houve queda de 0,5% (dado revisado).
E um estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) apontou uma disposição menor dos empresários em investir. A Sondagem de Investimentos da Indústria divulgada hoje indicou que o número de empresas que não pretende realizar investimentos em 2009 quase dobrou na comparação com 2009, e os que vão investir deverão empregar menos recursos.