Bovespa fecha em alta de 0,64% com busca por ações a preços atrativos 23/06/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) recuperou parte do terreno perdido com a forte queda de ontem. Deixando um pouco de lado o sentimento de cautela predominante, investidores aproveitaram para comprar ações a preços vistos como atrativos. A Bolsa fechou com perdas em nove dos 16 dias úteis deste mês. Nos EUA, a Bolsa de Nova York não escapou do terreno negativo. Já a taxa de câmbio doméstico concluiu o dia em R$ 1,98.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, ganhou 0,64% no fechamento, aos 49.813 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,98 bilhões. O volume de hoje foi inflado pelos R$ 2,56 bilhões movimentados pela Opa (oferta pública de aquisição) para ações da Brasil Telecom e Brasil Telecom Participações.
"O mercado estava num processo de realização de lucros [venda de papéis valorizados] que já durava quase um mês e algumas ações ficaram com preços bem deprimidos. O que ocorreu hoje foi o que o se chama de 'recuperação técnica'", José Carlos Oliveira, operador da corretora Senso. O profissional, espelhando uma avaliação corrente no mercado, também espera que o período de realização de lucros se estenda por mais alguns dias. Analistas têm sugerido que a Bolsa poderia chegar até a 47 mil pontos, antes de retomar a tendência de alta vista nos meses de abril e maio, possivelmente no início de julho.
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Esse processo de embolsar os ganhos passados está claramente sinalizado no fluxo de investimentos estrangeiros para a Bolsa brasileira. Após quatro meses de saldos positivos, as vendas de ações já superam as compras por R$ 1,5 bilhão neste mês.
Julho será fundamental para a definição dos rumos das Bolsas de Valores: além da habitual bateria de indicadores econômicos, começam a sair os números relativos aos balanços de bancos e empresas no segundo trimestre.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,982, em baixa de 2,07%. A taxa de risco-país marca 307 pontos, número 0,64% abaixo da pontuação anterior.
Entre as principais notícias do dia, a entidade privada NAR (Associação Nacional de Corretores de Imóveis, na sigla em inglês) informou que as vendas de casas usadas nos EUA cresceram 2,4% em maio sobre abril. Os preços dos imóveis também mostraram recuperação -- 3,4% -- mas ainda estão 16,8% abaixo dos patamares de 2008 para o mesmo período.
A FGV (Fundação Getulio Vargas) revelou que a segunda estimativa da inflação de junho apontou variação de 0,07%, pela leitura do IGP-M, índice de preços utilizado em geral para o reajuste dos contratos de aluguel.
Ainda no front doméstico, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) registrou uma taxa de desemprego de 15,3% em maio, sem alteração sobre a taxa de abril. O contingente de desempregados nas seis regiões metropolitanas pesquisadas -- Belo Horizonte, Distrito Federal, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo -- no mês passado foi estimado em 3,298 milhões de pessoas, 41 mil a mais do que no mês anterior.
E o órgão oficial de estatísticas chinesas divulgou uma estimativa de 8% para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) local no segundo trimestre deste ano, ante uma variação de 6,1% visto nos três primeiros meses deste ano.