Bovespa fecha em queda de 1,29% e perde 3,25% no mês 30/06/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) finalizou em junho devolvendo parte dos ganhos acumulados ao longo de abril e maio, os meses de "euforia" dos investidores. Um rol de números desfavoráveis da economia americana ajudou a criar o ambiente para o dia em que as ordens de venda predominaram. A taxa de câmbio doméstica bateu R$ 1,96.
No mês, a Bolsa acumula perdas de 3,25% enquanto o dólar caiu 0,30% no mesmo período.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, retrocedeu 1,29% no fechamento, aos 51.465 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,15 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em queda de 0,97%.
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O dólar comercial foi vendido por R$ 1,964, em leve alta de 0,05%. A taxa de risco-país marca 282 pontos, número 1,07% sobre a pontuação anterior.
"Para entender a trajetória do câmbio, nós temos que levar em conta dois conceitos. O primeiro, é que a cada período há uma barreira psicológica. Já foi R$ 2, já foi R$ 1,95 e agora nós percebemos que é R$ 1,90. Se o dólar chegar de novo perto dessa taxa, provavelmente nós vamos ver o BC atuando com muito mais força', avalia Cristiano Zanuzo, gerente da corretora de câmbio Renova.
"Mas nós temos que lembrar que, mesmo com a queda da taxa de juros, mesmo chegando na casa de um dígito, ainda está muito alta em relação ao restante do mundo. A esse nível, o país vai continuar atraindo muito capital externo", acrescenta.
EUA e cenário externo
Entre as principais notícias do dia, o influente índice Standard & Poor's/Case-Shiller apontou que os preços dos imóveis caíram 18,1% em abril nos EUA, considerando as 20 maiores regiões metropolitanas desse país. Considerando as dez maiores regiões metropolitanas, os preços sofreram queda de 18%. Analistas "comemoraram" o fato de que, contra março, a queda foi de somente 0,6% (20 regiões metropolitanas).
Ainda nos EUA, o instituto privado Conference Board mostrou que a confiança do consumidor na economia local piorou de forma inesperada em junho: o indicador apurado pelo instituto ficou em 49,3 pontos, depois dos 54,8 pontos (dado revisado) vistos em maio. A expectativa dos analistas era de um aumento para 55 pontos.
O governo japonês informou que a taxa de desemprego atingiu 5,2% em maio. O número de desocupados no país -- 3,47 milhões -- é o mais alto desde setembro de 2003.
A ONS (Escritório Nacional de Estatísticas) revelou que a economia do Reino Unido encolheu 2,4% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com os últimos três meses de 2008. Trata-se do maior retrocesso da economia britânica desde 1958.
Brasil
No front doméstico, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) informou que a produção industrial do Estado subiu 0,9% em maio contra abril, mas ainda apresenta retração se comparado com maio do ano passado.
Bradesco e Banco do Brasil comunicaram ganhos de R$ 3,4 bilhões, no total, com a venda de uma parcela de sua participação na Visanet, o que deve ser contabilizado nos resultados do segundo trimestre. Ambos, no entanto, também informaram que reforçaram as provisões para devedores duvidosos. A ação do Banco do Brasil caiu 0,65% no fechamento, enquanto o ativo do Bradesco retraiu 0,75%.
A ação ordinária da Visanet teve alta moderada de 0,47% hoje, após disparar quase 12% no pregão anterior. O papel, no entanto, continua sendo o mais negociado da Bovespa, com giro de R$ 773 milhões.