Bovespa estreia julho com alta modesta 01/07/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) permaneceu em terreno positivo durante toda a jornada desta quarta-feira, concluindo a sessão com um ganho bastante modesto. Investidores dispararam ordens de compra, relativizando alguns números desfavoráveis da economia americana. O mercado aguarda um mês de julho ainda sujeito a solavancos: o sentimento de que "o pior já passou" já é predominante, mas o quadro de uma possível retomada continua incerto. A taxa de câmbio doméstico marcou R$ 1,92.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, valorizou 0,15% no fechamento e atingiu os 51.543 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,57 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 0,68%.
A ação da Vale deu o mais forte impulso para o avanço da Bolsa brasileira, tendo o segundo maior giro de negócios do mercado: R$ 651 milhões. O preço do papel subiu 0,90%.
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E os investidores continuam apostando na Visanet, que se mantém, por enquanto, como a ação mais negociada da praça, movimentando R$ 730 milhões. Com essa procura, a ação ordinária disparou 5,81%. O papel, no entanto, não faz parte da carteira teórica de ações utilizada para o cálculo do índice Ibovespa.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,929, o que representa um recuo de 1,78% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 276 pontos, número 2,12% abaixo da pontuação anterior.
EUA
Entre as primeiras notícias do dia, a consultoria privada ADP avaliou que foram fechadas 473 mil vagas em junho, após o corte de 485 mil em maio, no setor privado dos EUA. A pesquisa da ADP é vista pelo mercado como uma estimativa prévia do resultado oficial, que será divulgado amanhã pelo Departamento de Trabalho e é aguardado com ansiedade por investidores e analistas.
O número divulgado hoje foi bem pior do que muitos economistas de bancos e corretoras esperavam: a projeção média era uma perda de 393 mil empregos.
Ainda nos EUA, outra projeção privada mostrou que o nível de atividade do setor manufatureiro recuou menos do que muitos esperavam. O famoso índice ISM, preparado a partir de entrevistas com executivos de várias empresas, teve leitura de 44,8 pontos em junho, contra 42,8 em maio. Analistas esperavam um patamar em torno dos 44,5 pontos.
PMIs
Um índice muito acompanhado pelo mercado, e que escopo global, é o notório PMI, sigla em inglês para Índice de Atividade de Gerentes de Compras. Calculado em vários países, esse indicador faz um sintonia do setor manufatureiro. Pela metodologia desse índice, uma leitura acima dos 50 pontos indica que determina que o setor está em expansão; abaixo dos 50 pontos, contração.
Hoje, dois índices PMIs animaram os investidores logo pela manhã. Na China, a versão local do PMI atingiu a marca dos 53,2 pontos, o segundo maior nível desde maio de 2008.
Poucas horas depois, outro PMI, desta vez do Reino Unido, também foi comemorado por alguns analistas. O índice teve leitura de 47 pontos em junho, ante 45,4 em maio, atingindo o maior nível desde maio de 2008 e superando a projeção dos economistas (46,5 pontos).
Brasil
O governo informou que a balança comercial teve superávit de US$ 4,625 bilhões em junho, resultado 69,5% maior que o registrado no mesmo mês do ano passado.
A FGV (Fundação Getúlio Vargas) revelou o primeiro índice de preços do mês: o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) apontou inflação de 0,12% em junho, muito abaixo do 0,39% registrado em maio.
Recomendações
A forte recuperação das ações não impediu que Petrobras e Vale continuem na lista de recomendações de algumas corretoras de valores para julho. A ação preferencial da petrolífera está presente nas sugestões da Planner e WinTrade, home broker da Alpes, enquanto o papel da Vale consta da carteira escolhida pela Win e da TOV.
"Acreditamos em perspectivas positivas para a Vale no médio e longo prazo. O portfólio de ativos de classe mundial, solidez financeira e a rápida resposta dada à dinâmica da recessão, possibilitam a empresa continuar a gerar valor ao longo dos ciclos", comenta André Mello, analista sênior da TOV.
O setor elétrico está representado por Eletrobrás (Planner) e Eletropaulo (TOV), com preços alvo (projeção de 12 meses) de R$ 35 e R$ 48, respectivamente.
Os analistas de corretoras também não esqueceram do setor bancário: a ação preferencial do Bradesco consta na lista de sugestões da WinTrade, enquanto a ação do grupo Itaú-Unibanco faz parte da lista de sugestões da Planner. O primeiro papel tem preço-alvo de R$ 32, enquanto segundo, de R$ 48.
O setor siderúrgico é outro com representação constante na lista das corretoras. A equipe de analistas Planner sugerem Gerdau, enquanto Mello, da WinTrade, aponta Aços Villares e Usiminas.