Bovespa fecha em baixa de 0,56%, com dólar a R$ 2,016 08/07/2009
- Folha ONline
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) emendou seu quinto dia consecutivo de perdas na jornada desta quarta-feira, véspera de feriado local (Revolução Constitucionalista). A desvalorização de 4,44% desde o início do mês empurrou a Bolsa brasileira para o patamar mais baixo desde 15 de maio.
Analistas avaliam que o mercado continua a fazer "o ajuste à realidade", reagindo aos indicadores fracos da economia americana e europeia, que apontam para uma retomada mais lenta do que inicialmente esperado. A taxa de câmbio doméstica voltou a fechar acima dos R$ 2 pela primeira vez em três semanas.
O termômetro da Bolsa, o índice Ibovespa, recuou 0,56%, aos 49.177 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,03 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 0,18%.
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O dólar comercial foi vendido por R$ 2,016, em alta de 1,15%. A taxa de risco-país marca 304 pontos, número 3,75% acima da pontuação anterior. "O mercado de dólar pronto [à vista] também está um pouco sem liquidez, o que deixa a taxa ainda mais volátil. O Banco Central tem comprado bem todo dia, o que deixa os 'players' com pouca margem de manobra', comenta Carlos Alberto Postigo, gerente de operações da Casa Paulista Assessoria Bancária, braço do Banco Paulista no segmento de câmbio turismo. Para o profissional, as taxas de câmbio devem oscilar entre R$ 1,95 e R$ 2 no curto prazo.
A percepção de que a economia global vai se recuperar de maneira mais vagarosa ainda faz estragos nas Bolsas de Valores. No front doméstico, os investidores estrangeiros continuam a sair do mercado de ações doméstico, com saldo negativo na casa dos R$ 300 milhões nos primeiros pregões deste mês.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) ajudou a jogar um novo "balde de água fria" nas expectativas dos investidores ao piorar suas projeções de crescimento para este ano: em vez de uma contração de 0,1%, a entidade agora acredita que o PIB global deve encolher 1,4%.
Por outro lado, o organismo elevou a projeção de crescimento da economia global em 2010 para 2,5% -- um acréscimo de 0,6 ponto percentual. Para o Brasil, o Fundo manteve a previsão para o PIB para 2009 -- queda de 1,3%.
As notícias da economia americana tampouco ajudaram a melhorar os ânimos: o Federal Reserve (banco central dos EUA) informou que a concessão de crédito aos consumidores contraiu US$ 3,2 bilhões entre os meses de abril e maio. Economistas do setor financeiro esperavam uma retração ainda maior, na casa dos US$ 9,5 bilhões.
Ainda nos EUA, o Departamento de Energia informou que as reservas de petróleo caíram em 2,9 milhões de barris na semana passada, para uma cifra total de 347,3 milhões. O volume está 17,8% acima do patamar de 2008.
Já no front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registrou que o IPCA, índice oficial de inflação, teve alta de 0,36% em junho, ante 0,47% em maio. Em junho de 2008, a alta havia chegado a 0,74%. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 4,80%.