Em dia de indefinição, Bovespa fecha com leve baixa 13/07/2009
- Folha Online
O vaivém das ações na jornada desta segunda-feira mostrou o grau de indefinição do investidor frente a uma semana que promete ser de fortes emoções. Nem a forte alta da Bolsa de Nova York, principal influência sobre o mercado doméstico, foi o bastante para evitar que a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrasse o dia em terreno negativo. O mercado de câmbio doméstico, que também teve um dia instável, cravou R$ 1,98.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, registrou leve perda de 0,07% no fechamento, aos 49.186 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,87 bilhões. Trata-se do quarto dia em que o índice termina o pregão abaixo dos 50 mil pontos. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou com ganho de 2,27%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,980, o que representa uma baixa de 1,09% sobre a cotação de sexta-feira. A taxa de risco-país marca 292 pontos, número 3,94% abaixo da pontuação anterior.
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Analistas avaliam que o sentimento de cautela continua predominante entre os investidores, principalmente tendo em vista a agenda carrega de indicadores importantes nesta semana. Também causa apreensão a temporada de divulgação dos balanços corporativos, do qual mercado fez uma breve trégua hoje.
E os participantes do mercado aguardam com ansiedade o que deve ser um dos eventos definidores de expectativas neste período: a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) chinês, no final da noite de quarta-feira. "O desempenho da economia chinesa é o grande fator que pode reverter o desânimo recente, dando novo fôlego às commodities [matérias-primas], o que pesaria positivamente nos preços de ativos no Brasil", comenta Silvio Campos Neto, economista-chefe do banco Schahin, em seu relatório semanal.
Entre as principais notícias do dia, o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, afirmou hoje que há uma boa chance de que as economias dos Estados Unidos e de outros países voltem a crescer nos próximos trimestres, mas ainda há riscos significativos.
O boletim Focus, do Banco Central, revelou que a maioria dos economistas do setor financeiro melhorou suas projeções sobre o desempenho do PIB brasileiro neste ano: em vez de uma contração de 0,50%, a mediana das expectativas aponta para uma retração um pouco menor: 0,34%.
A projeção para o IPCA do período passou de 4,42% para 4,50%, na contramão das expectativas para os demais índice de preços.
O Ministério do Desenvolvimento informou que a balança comercial teve superávit de US$ 639 milhões na segunda semana de julho. No acumulado do ano, o saldo positivo chega a US$ 15,224 bilhões, saldo 18,8% maior que os US$ 12,831 bilhões registrados no mesmo período de 2008.
A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) apontou inflação de 0,17% no município de São Paulo, na primeira quadrissemana de julho -- 30 dias até 07/07 --, acima da alta de 0,13% com que encerrou junho.
E dentro da temporada de balanços, a fabricante de eletroeletrônicos Philips registrou lucro líquido de 45 milhões de euros (US$ 62,7 milhões) no primeiro trimestre, um resultado 94% inferior ao apurado no mesmo período de 2008. A empresa justificou o resultado pela "fraqueza persistente dos mercados".