Bovespa aproveita bom humor nos EUA e sobe; dólar é cotado a R$ 1,91 20/07/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) segue suas operações em alta nesta segunda-feira, aproveitando o bom humor no mercado americano.
Às 12:20 (em Brasília), o Ibovespa (Índice Bovespa, principal indicador da Bolsa paulista) avançava 1,48%, para 52.843 pontos, com giro financeiro de R$ 3,239 bilhões e cerca de 130 mil negócios realizados. Já o dólar comercial segue o caminho inverso e apresenta recuo de 0,93%, em relação à última sexta-feira, cotado a R$ 1,91 para a venda.
A operação que salvou o grupo financeiro americano CIT Group da concordata e uma alta maior que a esperada para o índice de atividade da economia americana em junho fazem com que os investidores respirem mais aliviados e saiam às compras. O movimento se reflete no Brasil, e até com mais força do que em Wall Street.
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O CIT Group conseguiu chegar a um acordo com seus credores, entre eles os bancos JPMorgan Chase e Goldman Sachs, para levantar US$ 3 bilhões. Com esses recursos, o grupo financeiro -- que já tem 101 anos e presta serviços a cerca de 1 milhão de pequenas e médias empresas-- poderá realizar sua reestruturação sem a proteção do capítulo 11 da Lei de Falências americana (o equivalente à concordata, ou à recuperação judicial no Brasil).
A notícia é positiva porque os investidores temiam que a quebra do CIT Group trouxesse uma nova onda de desconfiança sobre o setor financeiro americano. A quebra de outro banco, o Lehman Brothers, em setembro do ano passado, é considerado o ponto mais grave da atual crise financeira.
Já o índice que apura o desempenho dos principais indicadores econômicos americanos, compilado pelo instituto privado de pesquisa Conference Board, teve alta de 0,7% em junho, terceiro ganho consecutivo após sete meses de declínio. O índice superou as expectativas dos analistas, que previam um ganho de apenas 0,4%.
O mercado também está de olho na próxima quarta-feira, quando o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central define a nova taxa básica de juros. Segundo a pesquisa Focus desta semana, divulgada pelo BC hoje, a maioria dos analistas apostam em um corte de 0,5 ponto percentual, para 8,75% ao ano. Seria ainda, segundo eles, o último corte nos juros que ocorreria neste ano.
Entre as notícias corporativas, o destaque fica para a reserva de ações da Brasil Foods (denominação atual da Perdigão), que termina hoje. A empresa deve lançar 115 milhões de ações ordinárias no mercado e prevê captar R$ 4,5 bilhões (calculado a partir do preço médio das ações já em circulação), com a operação. Se a demanda for forte, a empresa pode oferecer um lote suplementar de ações, elevando a captação total para R$ 5 bilhões. Os atuais acionistas da Perdigão, e da Sadia, tiveram prioridade na operação: o período de reservas para eles acabou no último dia 14.
Outro destaque fica para a Natura, que divulgou seus resultados no domingo. A empresa anunciou que obteve lucro líquido de R$ 168,3 milhões no segundo trimestre deste ano, com alta de 19,3% sobre o obtido no mesmo período do ano passado.