Em dia instável, Bovespa segue EUA e fecha em alta 21/07/2009
- Igor Salles - Folha Online
Em um dia instável e de movimento de negócios menor do que a da média, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou com leve alta nesta terça-feira, em linha com o desempenho do mercado americano.
O Ibovespa (Índice Bovespa, principal indicador da Bolsa paulista) fechou em alta de 0,07%, para 53.191 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,586 bilhões -- menos do que os R$ 5 bilhões da média diária deste ano --, com cerca de 328 mil negócios realizados.
Já o dólar comercial interrompeu a sequência de seis pregões em queda e terminou o dia com avanço de 0,26%, vendido a R$ 1,908.
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Depois de o Ibovespa passar dos 53 mil pontos no início dos negócios hoje --o que significava um ganho acumulado de mais de 5% nos últimos quatro pregões-, o mercado partiu para a realização de lucros, que perdurou durante boa parte do dia.
Porém, o mercado externo atuou no sentido contrário, fazendo com que, ao final do dia, a Bolsa paulista encerrasse os negócios com leve alta. "O mercado está tentando realizar lucro após os recentes ganhos, mas não consegue", disse George Sanders, estrategista de renda variável da Infinity Asset Management.
Nos Estados Unidos, os negócios ficaram boa parte do tempo em alta após o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o BC americano), Ben Bernanke, em sabatina do Senado local, que deu sinal claro de que não pretende mexer tão cedo nas taxas de juros do país.
Segundo Bernanke, a economia americana ainda está muito fraca para que a autoridade monetária possa voltar a elevar sua taxa de juros --que atualmente está em uma banda que varia entre zero e 0,25% ao ano. Apesar das recentes melhoras na economia e nos mercados financeiros americanos, a taxa de juros do Fed deve permanecer no atual patamar ainda por algum tempo.
Entre o otimismo gerado pela manutenção dos juros em patamares baixos e o pessimismo em relação ao desempenho no curto prazo da economia americana, os investidores optaram pela primeira opção, fazendo com que Wall Street operasse em alta. "Foi um discurso bem realista, mas o mercado esperava mais", disse Sanders.
Os juros no Brasil devem ganhar o destaque nos negócios amanhã. O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC iniciou hoje a reunião que define amanhã a nova taxa Selic, atualmente em 9,25%.
Apesar de haver um consenso de que o Copom reduza a taxa em 0,5 ponto percentual, Sanders aponta que pode ocorrer surpresas. "O mercado se recuperou bem em relação à última reunião do Copom. Apesar da inflação seguir baixa, pode ser que o BC atue mais na sintonia fina", disse.
Entre as ações listadas no Ibovespa, as maiores altas foram dos papéis Usiminas ON (3,91%), Bradespar PN (3,3%) e CCR ON (2,75%). Já as maiores baixas foram de TAM PN (-4,39%), Sabesp ON (-3,24%) e Cesp PNB (-3%).