Bovespa fecha em alta de 2,22%, com o dólar a R$ 1,889 23/07/2009
- Ygor Salles - Folha Online
O bom humor dos investidores nesta quinta-feira foi global, e o mercado acionário brasileiro soube capitalizar isso em forma de uma expressiva alta na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), que avançou mais de 2%. Como resultado da "invasão estrangeira" de hoje, a cotação do dólar caiu mais uma vez, e fechou no menor nível desde setembro do ano passado.
O Ibovespa (Índice Bovespa, o principal indicador da Bolsa paulista) encerrou os negócios com alta de 2,22%, para 54.249 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,259 bilhões, muito superior à média diária deste ano, com mais de 390 mil negócios realizados.
No mercado externo, uma série de boas notícias, tanto macroeconômicas como corporativas, animaram os investidores para irem às compras. E, na hora de procurarem ativos com mais agressividade, viram no Brasil um bom destino, inflando os negócios por aqui.
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"Quando os investidores estão dispostos a assumir riscos, eles deixam os ativos mais seguros e partem para uma postura mais agressiva. E o Brasil é claramente um dos mercados mais procurados nesta situação", disse Alessandra Ribeiro, economista da Tendências Consultoria. Essa situação fica clara no desempenho do risco Brasil, que hoje despencou 6,71%, para 250 pontos.
Em Wall Street, os bons resultados corporativos, principalmente da Ford e da 3M, e a venda de casas usadas acima da esperada em junho deram o tom dos negócios. O índice Dow Jones subiu hoje 2,12%, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite avançou 2,45%.
As vendas de casas usadas cresceram 3,6% em junho na comparação com maio, segundo a NAR (Associação Nacional dos Corretores de Imóveis, na sigla em inglês). Já o resultado da Ford no segundo trimestre reverteu o prejuízo do primeiro trimestre, enquanto a 3M superou a previsão dos analistas. "Até o momento, cerca de 70% dos balanços vieram com resultados acima do esperado", disse Alessandra.
O desemprego foi o destaque no front interno, e com uma boa notícia. A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil ficou em 8,1% em junho, contra 8,8% em maio. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), trata-se da menor taxa desde dezembro, que havia sido de 6,8%.
Nas ações listadas no Ibovespa, as maiores altas foram dos papéis Gafisa ON (7,85%), Lojas Renner ON (4,71%) e Cosan ON (4,52%). Já as maiores baixas foram de Embraer ON (-1,19%), Celesc PNB (-0,91%) e Sabesp ON (-0,9%).
Entre as ações mais negociadas do dia, o destaque ficou para as ordinárias do Itaú-Unibanco, com alta de 3,97% -- movimento que, aliás, foi acompanhado pelos concorrentes Banco do Brasil (2,52%) e Bradesco (2,43%). A preferencial da Petrobras, a mais negociada da Bovespa, teve alta de 2,24%.
Câmbio
A entrada de investidores estrangeiros no mercado local também teve efeitos no dólar. A moeda americana apresentou hoje recuo de 0,78%, vendida a R$ 1,889. A cotação -- que havia disparado no final do ano passado devido à uma falta de liquidez da moeda causada pela crise financeira -- é a menor desde 26 de setembro do ano passado, quando fechou a R$ 1,851.
O dólar chegou a recuar até R$ 1,886, mas recuperou parte do preço após o leilão de compra da moeda promovido pelo Banco Central já na hora final de negócios. A autoridade monetária comprou dólares com taxa de corte de R$ 1,8915.
A queda do dólar no acumulado do mês já está em 3,82%.