União Europeia autoriza fusão entre Fiat e Chrysler 24/07/2009
- Agência EFE
A Comissão Europeia, o órgão executivo da UE (União Europeia) deu sinal verde nesta sexta-feira à montadora italiana Fiat para assumir o controle da americana Chrysler, ao considerar que a operação não prejudicará a concorrência no mercado.
Com a decisão, a comissão abre caminho ao acordo formalizado em junho entre as duas empresas, que permitirá salvar a Chrysler da quebra e dará espaço para a marca italiana entrar no mercado americano.
Segundo os termos do acordo, a Fiat ficará inicialmente com 20% de participação na Chrysler -- parcela que pode chegar a 35% se certas metas forem atingidas pela empresa. A Fiat poderá ainda assumir outros 16% até 2016 se os empréstimos feitos pelo governo à Chrysler forem todos pagos, chegando assim a uma participação de 51% -- a parcela da Fiat na Chrysler não poderá exceder 49% até que todo o débito da montadora americana com o governo seja quitado.
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O novo grupo comprará os ativos rentáveis da velha Chrysler que, no entanto, ficará com a dívida e algumas obrigações com credores, fazendo com que o grupo entre no mercado mais saudável e com novo financiamento.
A análise dos serviços de concorrência do bloco concluiu que as interseções entre as duas companhias são muito limitadas, e por isso a fusão não "mudará significativamente a estrutura competitiva dos mercados de fabricação e fornecimento de veículos de passageiros".
A comissão também examinou a possibilidade de uma integração vertical, levando em conta que a Fiat produz luzes e sistemas de transmissão que vende a outras montadoras, e descartou qualquer problema dadas as atividades da Chrysler e sua pouca presença no mercado europeu --a Chrysler têm 90% de suas atividades na América do Norte através das marcas Chrysler, Jipe e Dodge, e não possui fábricas próprias na Europa.
Já a Fiat tem atividades mais amplas, entre as que figuram a produção e venda de carros (Fiat, Lancia, Alfa Romeo, Abarth, Maserati e Ferrari), mas também de caminhões e veículos industriais (Iveco) e de equipamento agrícola e para a construção (NHC Case New Holland).
O grupo italiano produz também autopeças para a indústria através das marcas FPT Powertrain Technologies, Magneti Marelli e Teksid.
Perdas
A montadora de automóveis italiana Fiat sofreu perdas líquidas de 179 milhões de euros (US$ 254 milhões), uma queda de 22,5% em sua receita, no segundo trimestre de 2009, em comparação com o mesmo período do ano passado.
A companhia ressaltou que, no segundo trimestre de 2009, constatou uma "demanda significativamente mais fraca, graças aos reajustes programados nos diferentes níveis produtivos e a uma série de atuações agressivas para contenção dos custos".
Já a Chrysler registrou em junho uma queda de 42% em suas vendas nos Estados Unidos, na comparação com o mesmo mês de 2008.