96% das pessoas com sintomas recebem tratamento contra a gripe comum, diz secretário 10/08/2009
- Fernanda Pereira Neves - Folha Online
Cerca de 96% das pessoas que apresentam sintomas de gripe recebem tratamento contra a gripe comum -- com remédios antigripal, antitérmicos e muito líquido --, informou o secretário da Saúde de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata, nesta segunda-feira.
De acordo com o secretário, a recomendação é para que os médicos prescrevam o tratamento com o tamiflu -- remédio receitado contra a gripe suína -- apenas para os pacientes que se enquadram nos casos considerados de risco -- crianças com menos de dois anos, adultos com mais de 60 anos, grávidas e pessoas com problemas que possam debilitar o sistema imunológico -- o que reduz a prescrição para apenas 4% dos pacientes que apresentam sintomas.
Ainda segundo Barata, os médicos que prescreverem o tratamento contra a gripe suína para as pessoas que não se enquadram neste quadro considerado de risco não serão punidos, mas precisarão justificar o porquê da prescrição do medicamento.
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"É por isso que existe a ficha de prescrição que os médicos --seja da rede pública ou privada-- precisarão preencher em todos os casos que receitarem o tamiflu", acrescentou o secretário.
Ele também afirmou que não deve faltar medicamento e destacou que "o ministério já comprou o equivalente a 9 milhões de tratamento contra a gripe suína. Apenas para o Estado de São Paulo foram entregues 15 mil tratamentos no último sábado (8)."
Resistência ao remédio
Ao ser questionado sobre a descentralização da distribuição do medicamento, o secretário afirmou que são poucas as chances de o aumento dos postos com o do remédio provocar descontrole na distribuição ou a resistência do vírus contra o remédio.
Apesar disso, ele afirmou que serão feitos testes para descartar a resistência contra o tamiflu nos casos mais graves da doença. "Nos casos de morte, ou de pessoas não apresentam melhora após o medicamento, o vírus deverá ser isolado e passará por um teste para determinar se houve resistência contra o remédio", afirmou ele.
O secretário também destacou que a distribuição do remédio é feita de acordo com orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde) e, apenas, perante prescrição médica, tornando improvável a resistência ao medicamento.
Vacina
O secretário da saúde de São Paulo afirmou que o Instituto Butantã terá capacidade de produzir 5 milhões de vacinas contra a gripe suína por ano. Mas ainda não existe uma data para que essas vacinas comecem a ser produzidas.
"A cepa do vírus será enviado por um dos países autorizados ao Butantã, que vai trabalhar na produção da vacina. Depois disso, o material será enviado para o Ministério da Saúde, que deve ditar as regras de como vai acontecer a vacinação nacional", afirmou Barata.
Ele ainda destacou que não existe uma previsão de quanto essa campanha de vacinal pode ser feita.