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BM&FBovespa mira estrangeiros e pequeno investidor para elevar negócios
12/08/2009 - Ygor Salles - Folha Online

A BM&FBovespa pretende reforçar sua atuação no exterior e aumentar significativamente o número de pequenos investidores para poder elevar as receitas de negociação -- sua principal fonte de ganhos.

Segundo o diretor-presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, no exterior a empresa foca em dois caminhos: reforçar a presença através de uma reformulação na ação dos escritórios em Nova York e Xangai (China) e da abertura de um terceiro escritório em Londres, além de continuar o processo de propor parcerias em outros países, especialmente na América Latina.

"O objetivo das reformulações é buscar grandes players internacionais", disse Edemir durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre -- quando o lucro líquido ajustado da empresa -- que controla a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e a BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) -- cresceu 32,1%, para R$ 325,4 milhões, enquanto o lucro líquido societário (sem os ajustes) avançou 13,9%, para R$ 188,1 milhões.


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Em relação às parcerias, o executivo informou que nesta semana a BM&FBovespa apresentaria proposta de parceria na Colômbia, e o mesmo ocorreria com o Chile entre setembro e outubro, e com o Peru até o final do ano. "Fizemos para cada país uma proposta de parceria específica para o mercado local, oferecendo nosso know-how, tanto no mercado de derivativos quanto de equities", explicou. A empresa ainda aproveitará os encontros para tentar convencer grandes empresas destes países a listarem ações na Bovespa.

Sobre o pequeno investidor, Edemir diz acreditar ser possível que o número de pessoas investindo no mercado de capitais seja multiplicado por 10 em cinco anos. "Atualmente temos cerca de 530 mil pequenos investidores. Podemos chegar aos 5 milhões em cinco anos", disse. Para isso, a empresa investirá neste ano cerca de R$ 20 milhões em divulgação, que inclui, entre outros, um programa de educação financeira na TV Cultura e os eventos de divulgação da Bolsa em diversos lugares do país.

Outro setor que está na alça de mira da BM&FBovespa é o imobiliário. A empresa crê na possibilidade de ocorrer um "boom" no financiamento para imóveis e que haverá necessidade de capitalização por parte de bancos e construtoras, o que pode ser fornecido através da securitização destes financiamentos. "O setor imobiliário tem um potencial fantástico. Estamos desenhando um grupo de trabalho, incluindo pessoas do próprio setor, para atender às suas necessidades", disse Edemir.

Segundo o diretor financeiro da BM&FBovespa, Carlos Kawall, muitos dos produtos que poderiam ser oferecidos ao ramo imobiliário já existem, mas não possuem muita procura atualmente. "Mas nunca tivemos as condições atuais, como juros baixos, o que nos faz crer que poderá ser um nicho de negócios interessante", disse.

IPOs

A despeito dos esforços para elevar o número de negócios, a BM&FBovespa considera que já há uma reação do mercado de capitais após a fase mais aguda da crise.

"Os volumes [de negócios] já estão voltando, recuperando-se muito bem", disse Edemir. A empresa viu sua receita operacional atingir R$ 420,6 milhões no segundo trimestre. Embora tenha sido 19,5% superior ao do primeiro trimestre, ela recuou 14,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Além da própria recuperação da economia, que traz para níveis normais o fluxo de negócios, o presidente da BM&FBovespa indica que os IPOs (ofertas públicas iniciais, na sigla em inglês) já voltaram a ocorrer e terão maior frequência a partir do primeiro semestre de 2010.

Um dos motivos da animação em torno das ofertas de ações na Bovespa é o plano do banco espanhol Santander de fazer uma oferta sobre sua subsidiária brasileira. Apesar de já ter ações em Bolsa, trata-se apenas de um negócio residual -- apenas 2% dos papéis estão no mercado. O banco quer lançar mais 15%.

"É uma boa notícia, mas não surpreende. Outras companhias, inclusive estrangeiras, deverão também buscar o mesmo caminho", disse Edemir.

  

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