Dólar comercial encerra dia vendido a R$ 1,83; Bovespa sobe 13/08/2009
- Folha Online
O dólar comercial fechou nesta quinta-feira com leve baixa, refletindo o recuo da cotação da moeda americana ante as principais divisas e o bom humor do mercado acionário -- a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) opera em alta, mantendo o otimismo que predominou nos mercados globais ontem.
A moeda americana encerrou negócios com queda de 0,1%, vendida a R$ 1,834. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo caiu 0,51%, vendido a R$ 1,94. O Banco Central atuou no mercado cambial no início da tarde, quando comprou dólares com taxa de corte de R$ 1,8343.
Já o Ibovespa (Índice Bovespa, o principal indicador da Bolsa paulista) operava em alta de 0,50%, a 56.868 pontos, às 16h35 (em Brasília). O giro financeiro era de R$ 5,111 bilhões.
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O mercado atua com o mesmo otimismo visto ontem após o Fed (Federal Reserve, o BC americano) manter a taxa de juros do país em uma banda entre zero e 0,25% ao ano. Também ajuda a alta no preço das commodities nos mercados internacionais --o barril de petróleo em Nova York, por exemplo, subiu 1,25% hoje.
Quem ganha com esse panorama são principalmente as "blue chips" Vale e Petrobras. As ações preferenciais da petrolífera sobem 1,69%, enquanto as preferenciais classe A da mineradora ganham 2,05%. Também apresentam bom desempenho o setor siderúrgico: as preferenciais da Gerdau ganham 2,56%, a as preferenciais classe A da Usiminas sobe 2,76%.
No comunicado divulgado após o anúncio da decisão sobre os juros dos EUA, o Fed disse que o ritmo da contração da economia americana está "se nivelando".
Desde a reunião anterior do Fed, a economia americana apresentou diversos sinais de que a recuperação está a caminho e pode mesmo sair da recessão no atual trimestre. Essa sensação é o principal combustível para as fortes recuperações nos principais mercados bursáteis -- inclusive na Bovespa, onde o Ibovespa fechou ontem com a oitava alta nos últimos dez dias negócios.
A ata do Fed agora permite que o mercado siga em alta, dependendo apenas das notícias macroeconômicas no dia-a-dia. Como os dados divulgados hoje nos Estados Unidos são dúbios, permite que Wall Street atue próximo da estabilidade. O Dow Jones avança 0,19%, enquanto o Nasdaq Composite ganha 0,33%.
As vendas no varejo no país registraram queda de 0,1% em julho, segundo dados do Departamento de Comércio. O resultado frustrou as previsões dos analistas, que esperavam um avanço de 0,7%. Já os pedidos iniciais de seguro-desemprego subiram em 4 mil na semana passada, enquanto o mercado previa uma queda de 9 mil. Por outro lado, o lucro do Wal-Mart no segundo trimestre ficou estável, superando a previsão de analistas do setor varejista.
No Brasil, o destaque ficou para a divulgação do resultado do Banco do Brasil. O banco registrou um lucro líquido de R$ 2,348 bilhões no segundo trimestre deste ano, um crescimento de 42,8% em relação ao mesmo período de 2008. Além disso, conseguiu reassumir a liderança do setor bancário nacional, suplantando o Itaú Unibanco, ao fechar o trimestre com ativos de R$ 598,8 bilhões.
Devido ao resultado, as ações ordinárias do Banco do Brasil sobem 2,61%. Já os papéis preferenciais de seus principais concorrentes, Bradesco (-1,71%) e Itaú Unibanco (-1,74%), recuam.