Bovespa sobe 0,81% e fecha no maior nível em mais de um ano 13/08/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou nesta quinta-feira com nova alta, a oitava nos últimos dez dias de negócios, e tem o maior nível em mais de um ano. Já o dólar comercial encerrou o dia em leve baixa.
O Ibovespa (Índice Bovespa, principal indicador da Bolsa paulista) encerrou negócios com ganho de 0,81%, aos 57.047 pontos. Trata-se da maior pontuação desde 6 de agosto do ano passado, quando fechou a 57.542 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,752 bilhões, acima da média diária deste ano (cerca de R$ 5 bilhões).
Já o dólar comercial fechou com recuo de 0,1%, vendido a R$ 1,834, refletindo o bom humor do mercado acionário e a desvalorização da moeda americana ante outras divisas.
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O mercado hoje prosseguiu com o bom humor dos investidores quanto à possibilidade de ter chegado ao fim a parte mais crítica da crise econômica global, que foi reforçada ontem após a reunião do Fed (Federal Reserve, o BC americano) que manteve a taxa básica de juros do país em uma banda entre zero e 0,25% ao ano. No comunicado divulgado após a reunião, o Fed disse que o ritmo da contração da economia americana está "se nivelando".
Desde a reunião anterior do Fed, a economia americana apresentou diversos sinais de que a recuperação está a caminho e pode mesmo sair da recessão no atual trimestre. Essa sensação é o principal combustível para as fortes recuperações nos principais mercados bursáteis -- inclusive na Bovespa.
A ata do Fed agora permite que o mercado siga em alta, dependendo apenas das notícias macroeconômicas no dia-a-dia. Como os dados divulgados hoje nos Estados Unidos foram dúbios, permitiu que Wall Street atuasse próximo da estabilidade. O Dow Jones avançou 0,39%, enquanto o Nasdaq Composite ganhou 0,33%.
As vendas no varejo no país registraram queda de 0,1% em julho, segundo dados do Departamento de Comércio. O resultado frustrou as previsões dos analistas, que esperavam um avanço de 0,7%. Já os pedidos iniciais de seguro-desemprego subiram em 4 mil na semana passada, enquanto o mercado previa uma queda de 9 mil.
Por outro lado, o lucro do Wal-Mart no segundo trimestre ficou estável, superando a previsão de analistas do setor varejista. Além disso, países como França e Alemanha apresentaram altas no PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre, embora a zona do euro como um todo ainda tenha visto a economia encolher no período.
O desempenho da Bovespa foi superior ao das Bolsas americanas principalmente devido à alta nas commodities. O preço do petróleo em Nova York avançou mais de 1%, enquanto o índice CRB -- que congrega o preço das principais matérias-primas -- avançou 0,12%.
Com isso, as "blue chips" Vale e Petrobras e as siderúrgicas apresentaram desempenhos vigorosos, o que sustentou o ganho no Ibovespa. As ações preferenciais da petrolífera subiram 1,88%, enquanto as preferenciais classe A da mineradora ganharam 2,54%. No setor siderúrgico, tiveram destaque as preferenciais da Gerdau (2,78%) e as preferenciais classe A da Usiminas (3,27%).
As ações do setor bancário também se destacaram hoje graças à divulgação do resultado do Banco do Brasil. O banco registrou um lucro líquido de R$ 2,348 bilhões no segundo trimestre deste ano, um crescimento de 42,8% em relação ao mesmo período de 2008. Além disso, conseguiu reassumir a liderança do setor bancário nacional, suplantando o Itaú Unibanco, ao fechar o trimestre com ativos de R$ 598,8 bilhões.
Devido ao resultado, as ações ordinárias do Banco do Brasil subiram 2,37%. Já os papéis preferenciais de seus principais concorrentes, Bradesco (-1,08%) e Itaú Unibanco (-1,22%), recuaram.
Entre as ações listadas no Ibovespa, as maiores altas foram das ordinárias da Gafisa (5,42%), das preferenciais da Gol (4,64%) e das ordinárias da JBS-Friboi (4,25%). Já as maiores baixas foram das preferenciais e ordinárias da Telemar (-3,47% e -3,15%, respectivamente) e das ordinárias da Souza Cruz (-3,15%).