Bovespa fecha em alta de 1,20% com bom humor sobre economia global 20/08/2009
- Folha Online
O desempenho positivo das principais Bolsas de Valores mundiais deram gás para um novo dia de recuperação da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) na jornada desta quinta-feira. Investidores foram às compras, embalados por notícias favoráveis tanto do setor externo quanto doméstico, enquanto a taxa de câmbio retraiu para R$ 1,84.
O Ibovespa, "termômetro" da Bolsa brasileira, subiu 1,20% no fechamento, aos 56.831 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,40 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou com valorização de 0,76%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,843, em um decréscimo de 0,16%. A taxa de risco-país marca 265 pontos, número 0,76% acima da pontuação anterior.
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Para analistas, as Bolsas de Valores passam por um período de transição, em que os próximos indicadores das maiores economias mundiais serão importantes para definir se o mercado continua em um canal de recuperação, ou sofre um processo de ajuste de preços. "Nesse patamar dos 57 mil pontos, ou a Bovespa segue rumo aos 62 mil, como muitos comentam, ou volta para algo em torno dos 50 mil", avalia Ivanor Torres, profissional da corretora gaúcha Geral. Ele viu com alguma preocupação os dados sobre o mercado de trabalho americano, e mantém no radar a economia chinesa, grande consumidora das commodities (matérias-primas) brasileiras. "De maneira geral, o mercado está otimista, e eu até me preocupo se não há um pouco de otimismo demais", ressalva.
O mercado brasileiro já abriu sob impacto da forte recuperação nos preços das ações asiáticas, a reboque do bom desempenho da Bolsa de Xangai, puxada pelo setor financeiro. As primeiras notícias da economia europeia ajudaram a manter o humor, com a alta de 2,6% nas vendas do setor varejista no Reino Unido. E no velho continente, as Bolsas locais acompanharam o "bom humor" chinês: em Londres, a Bolsa local teve avanço de 1,43%, enquanto o mercado alemão teve ganho de 1,51%.
Pouco depois, o noticiário doméstico surpreendeu, mas em sentido positivo: o IBGE revelou uma taxa de desemprego (8%)] para o mês de julho abaixo do esperado por boa parte dos economistas (8,4%) do mercado financeiro. Economistas avaliaram o dado como um sinal da reativação do crescimento a partir do segundo trimestre do ano.
A economia brasileira, no entanto, ainda mostra sinais dos danos da crise econômica: a arrecadação federal encolheu pelo nono mês consecutivo.
Inicialmente, os EUA trouxeram notícias preocupantes, com uma alta inesperada da demanda pelos benefícios de auxílio-desemprego, um indicador influente sobre o mercado de trabalho local. Mas essa notícia foi parcialmente compensada com a divulgação dos chamados "leading indicators" (indicadores antecedentes), que sinalizam as tendências para a economia americana nos próximos meses: o índice que apura o desempenho dos principais indicadores econômicos americanos teve alta de 0,6% em julho, quarto ganho consecutivo após sete meses de declínio.
No setor corporativo, uma das maiores redes de departamento dos EUA, a Sears, anunciou um prejuízo de US$ 94 milhões no segundo trimestre fiscal (encerrado no início deste mês). No mesmo período de 2008, a empresa havia apurado lucro de US$ 65 milhões.
E a mineradora Rio Tinto informou que o lucro do primeiro semestre foi 65% menor na comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo a cifra dos US$ 2,5 bilhões.