Bovespa interrompe sequência de ganhos e fecha em baixa de 0,61% 25/08/2009
- Epaminondas Neto - Folha Online
Os números positivos da economia americana divulgados nesta terça-feira não evitaram que a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrasse o pregão de hoje com sinal negativo. E o investidor optou por vender os papéis com forte valorização, como esperado por vários analistas do mercado. Já a taxa de câmbio voltou à casa de R$ 1,85, apagando a queda acumulada na semana passada.
O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa, cedeu 0,61% no fechamento, aos 57.421 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,66 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou com avanço de 0,32%.
"O mercado teve um dia de realização normal hoje. Nos 58 mil pontos, a Bovespa já chegou num patamar alto, o que chamou algumas ordens de venda. Nós também temos alguns indicadores importantes da economia dos EUA nos próximos dias, e até por conta disso, houve um certo nervosismo entre os investidores", comenta Marco Aurélio Etchegoyen, operador da corretora gaúcha Diferencial. "As perspectivas do mercado estão um pouco mais otimistas sobre a economia global, mas a volatilidade deve permanecer no curtíssimo prazo", ressalva.
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Amanhã, o governo dos EUA divulga a segunda revisão do PIB (Produto Interno Bruto) relativo ao segundo trimestre. Economistas de bancos e corretoras projetam um decréscimo de 1,4%. Para muitos analistas, será o principal indicador econômico a ser divulgado nesta semana.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,857, em alta de 0,65% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 264 pontos, número 2,72% acima da pontuação anterior.
Entre as principais notícias do dia, uma pesquisa privada nos EUA mostrou que os preços dos imóveis tiveram seu primeiro aumento num trimestre em três anos. O influente índice Case-Shiller teve alta de aproximadamente 3% na comparação do segundo com o primeiro trimestre deste ano. Sobre o mesmo período de 2008, no entanto, os preços ainda mostram um decréscimo de quase 15%.
O investidor também gostou do resultado da sondagem sobre o nível de confiança do consumidor americano na economia de seu país, feito pelo instituto privado Conference Board. O índice de confiança desse instituto avançou para 54,1 pontos em agosto, ante patamar revisado para 47,4 em julho. Analistas esperavam uma cifra em torno de 47,5 pontos.
No front doméstico, o Banco Central informou que o fluxo de investimentos estrangeiros no setor produtivo recuou em julho, tanto na comparação com o mês anterior (-60%) como em relação ao mesmo período do ano passado (-11%).
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que a inflação medida pelo IPCA-15 foi de 0,23% em agosto, ante 0,22% em julho. O IPCA-15 é visto como uma estimativa prévia do índice oficial de inflação IPCA.
A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) apontou que o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) no município de São Paulo registrou alta de 0,48% na terceira quadrissemana de agosto --30 dias até 23/08--, mais uma vez pressionada pelos custos da habitação.