Bovespa fecha com avanço de 0,60% em dia instável 26/08/2009
- Epaminondas Neto - Folha Online
A volatilidade do mercado brasileiro de ações não impediu que a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrasse a jornada de quarta-feira em terreno positivo. A realização de lucros chegou a dominar os negócios por várias vezes dias, mas a ponta de compra ainda prevaleceu. O câmbio também teve dia nervoso e a taxa cravou R$ 1,86 no final do expediente.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, ascendeu 0,60% no fechamento, batendo os 57.765 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,93 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou com leve alta de 0,04%.
A valorização recente da Bolsa, que subiu em 13 dos 17 dias úteis desse mês, leva analistas a prognosticarem dias de realização de lucros (venda de papéis valorizados) para os próximos dias.
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"Olhando a Bolsa mais no curto prazo, prosseguimos considerado o cenário de 'upside' limitado, com uma considerável possibilidade de correção para baixo do índice, diante da polpuda valorização acumulada no ano", avalia a equipe de analistas da Gradual Investimentos, resumindo uma avaliação generalizada no mercado. Em relatório divulgado nesta semana, esses especialistas afirmaram trabalhar com uma projeção do Ibovespa em 68 mil pontos para agosto de 2010.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,861 para venda, o que significa um acréscimo de 0,21% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 265 pontos, número 0,37% acima da pontuação anterior.
"O movimento do mercado está sendo ditado principalmente pelos negócios na BM&F [mercado futuro], com muita disputa em torno da formação da Ptax. Os próximos dias também devem ter bastante volatilidade. Amanhã, tem a divulgação do PIB nos EUA, e na sexta-feira, nós sabemos que algumas grandes empresas devem fechar câmbio para fazer remessas de capital para o exterior", comenta Luiz Carlos Baldan, diretor da corretora de câmbio Fourtrade.
Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA informou que os pedidos por bens duráveis tiveram um crescimento de 4,9% em julho. Trata-se do maior crescimento registrado desde julho de 2007 e supera as projeções de boa parte dos analistas do setor financeiro (consenso em torno de 3%).
Ainda nos EUA, o mesmo órgão do governo informou que as vendas de casas novas cresceram 9,6% em julho, para uma taxa anualizada de 433 mil unidades --a maior desde setembro do ano passado. A cifra também as melhores projeções dos analistas de mercado, que esperava um estoque na casa dos 390 mil.
O estatal Centro de Pesquisa e Desenvolvimento revelou que o crescimento econômico da China pode passar de 10% no primeiro trimestre de 2010.
E no front doméstico, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) revelou que a taxa de desemprego no país voltou a crescer em julho, ficando em 15%, após um recuo de maio (15,3%) para junho (14,8%).
O Banco Central comunicou que o estoque de crédito no país voltou a bater recorde, no mês de julho, atingindo o montante de R$ 1,311 trilhão. Por outro lado, a taxa de inadimplência também foi recorde, em 5,9%.