Bovespa fecha em queda de 0,11% apesar de PIB dos EUA 27/08/2009
- Epaminondas Neto - Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) quase voltou ao terreno positivo perto do encerramento dos negócios desta quinta-feira. Mas o desempenho melhor do que o previsto do PIB americano não evitou uma sessão voltada para realização de lucros (vendas), principalmente com a alta acumulada dos últimos dias. A taxa de câmbio bate R$ 1,86.
O Ibovespa, o termômetro dos negócios da Bolsa, recuou 0,11% no fechamento, para os 57.703 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,98 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 0,39%.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,865, o que representa um ganho de 0,21% sobre a cotação de ontem.
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Investidores e analistas se animaram com os indicadores mais recentes tanto da economia europeia quanto americana. Os bons números da Alemanha melhoraram o humor de vários agentes financeiros, com expectativas mais otimistas sobre uma das maiores economias do velho continente.
"O mercado chegou aos 58 mil pontos e não mostrou força para superar esse nível. Hoje, os agentes que operam mais atrelados ao índice Ibovespa [como os gestores de fundos] até seguraram um pouco a Bolsa por causa do final do mês, para não afetar a rentabilidade das carteiras", comenta Aquiles Valgas, operador da corretora mineira Amaril Franklin. "Em setembro, o mercado deve realizar um pouco e o Ibovespa pode chegar até os 53 mil ou 54 mil pontos", acrescenta, ressalvando que ainda aposta na tendência positiva para o Bolsa, à espera de um Ibovespa acima dos 60 mil em dezembro.
PIB dos EUA
Hoje, os EUA trouxeram uma nova rodada de números que reforçou o relativo "otimismo" nas mesas de operações: a estimativa para o PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre apontou uma contração de 1%, mantendo a projeção já divulgada em julho. O resultado foi melhor do que boa parte dos economistas do setor financeiro projetava: pelo consenso de mercado, a retração esperada era de 1,4%.
O bom número foi parcialmente compensado pelo desempenho nem tão favorável do mercado de trabalho americano: a demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego caiu em 10 mil pedidos na semana passada, totalizando 570 mil solicitações. Analistas, no entanto, previam uma cifra em torno de 565 mil.
Profissionais de bancos e corretoras já alertavam há dias que várias ações já estavam em seus "pontos de venda", recordando que o índice Ibovespa atingiu, e superou, rapidamente um patamar previsto somente para o final do ano.
No front doméstico, o Banco Central informou que as contas públicas tiveram um superavit de R$ 3,8 bilhões em julho (incluindo a economia feita para pagar os juros da dívida). Trata-se do pior desempenho para um mês de julho desde 2001. No acumulado do ano, o superavit caiu quase 60%, para R$ 38,435 bilhões.
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) revelou que o nível de atividade da indústria paulista mostrou recuperação, mas que, no mês passado, ainda estava 10% abaixo do registrado em setembro de 2008, quando houve o agravamento da crise econômica.
Empresas
A Gerdau informou que deve adquirir até 500 mil ações de própria emissão nos próximos dias. O programa de recompra começa hoje e expira em 10 de setembro. A ação preferencial valorizou 2,73%.
A Brasil Foods (ex-Perdigão) revelou que a oferta pública de ações teve uma arrecadação de R$ 5,290 bilhões, com um preço por ação de R$ 40. A maior parte dos papéis foi subscrita por investidores estrangeiros e fundos de investimentos. A ação ordinária teve perda de 0,25%.