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DIA A DIA

Bovespa fecha em queda de 2,10% mas acumula ganho de 3,15% no mês
31/08/2009 - Folha Online

Alguma apreensão pela China e a forte desvalorização das ações da Petrobras derrubaram a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) na jornada desta segunda-feira. Os papéis da estatal caíram com força num dia de desvalorização das commodities e do anúncio do novo marco regulatório do pré-sal. No cenário interno, o mercado se assustou com a forte queda registrada no mercado chinês. A taxa de câmbio refletiu esse nervosismo e subiu pelo sexto dia, cravando R$ 1,89.

No mês, a Bolsa brasileira acumulou valorização de 3,15%. Já a cotação da moeda americana ficou 1,34% mais cara no mesmo período.

O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, retrocedeu 2,10% no fechamento, descendo para os 56.488 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,67 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou com perdas de 0,50%.


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Mais de R$ 1 bilhão do movimento total da Bolsa foi feito somente com as ações preferenciais da Petrobras, que desvalorizaram 3,59% no pregão de hoje. Outros R$ 371 milhões foram negociados com as ações ordinárias da estatal, que cederam 4,47% no dia.

A Petrobras comunicou ao mercado que vai iniciar "prontamente" os procedimentos necessários para a aprovação da capitalização da companhia, a fim de explorar as áreas do pré-sal, dentro das novas regras que serão propostas pelo governo ao Congresso.

O mercado acionário abriu a semana bastante preocupado com a economia chinesa: a Bolsa de Xangai desabou quase 7% hoje, em meio a temores de que o governo "puxe o freio" do crescimento econômico e que os bancos locais desacelerem a concessão de empréstimos, após um primeiro semestre agitado.

"Para o Brasil, como grande exportador de commodities, a perda de força da economia chinesa pode trazer reflexos maiores, embora as medidas internas tenham possibilitado uma sustentação pelo consumo interno", avalia a equipe de analistas da corretora Planner, em seu relatório diário de mercado.

Analistas de bancos e corretoras também insistem que o mercado está "excessivamente comprado" --as ações subiram bastante nos últimos meses-- e que precisa passar por uma ajuste temporário dos preços, antes de retomar, por hipótese, o viés de alta. A China pode se tornar o "assunto" que faltava para os investidores queimarem um pouco da "gordura" da Bolsa de Valores.

O dólar comercial foi negociado por R$ 1,890, em um acréscimo de 0,42% sobre a cotação de sexta. A taxa de risco-país marca 270 pontos, número 1,50% acima da pontuação anterior.

O governo anunciou hoje que vai pedir urgência na tramitação da proposta do novo marco regulatório do pré-sal, que prevê a criação de Fundo especial para receber bônus e royalties da exploração, e que vai repartir os recursos obtidos em investimentos e gastos sociais. A União manteve, no entanto, a disposição de repartir a receita concentrando nos maiores Estados produtores (São Paulo, Rio e Espírito Santo).

Entre outras notícias do dia, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que a produção industrial do país cresceu pelo sétimo mês consecutivo em julho --2,2%-- puxada principalmente pelo setor de máquinas e equipamentos. A variação ficou acima das expectativas do mercado --1,9%, reforçando as expectativas de que o setor industrial esteja em franco processo de retomada.

Por enquanto, esse reaquecimento da economia não tem preocupado os analistas no tocante à inflação. O boletim Focus, do Banco Central, mostrou que a maioria dos economistas de bancos e corretoras revisou para baixo suas projeções de inflação: o IPCA previsto caiu de 4,32% para 4,29%.

Esses especialistas também esperam que a taxa básica de juros do país (a Selic) seja mantida em 8,75% na reunião desta semana. Para vários analistas, o juro primário deve permanecer nesse patamar até o final deste ano.

  

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