Bovespa fecha com retração de 1,19% em quarto dia de perdas 01/09/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) já acumula quatro dias de baixa, sem que o investidor encontre ânimo para voltar às compras, principalmente em meio à derrocada generalizada das principais Bolsas de Valores mundiais. Hoje, alguns indicadores positivos dos EUA tiveram como contraste as vendas mais baixas do setor automobilístico. No front doméstico, a expectativa dominante é que o Banco Central mantenha a taxa de juros do país em 8,75% amanhã. A taxa de câmbio avançou pelo sétimo dia e bateu R$ 1,90.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, recuou 1,19% no fechamento, aos 55.814 pontos. Em quatro dias, a Bolsa amarga perdas de 3,38%. O giro financeiro foi de R$ 5,35 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em queda de 1,96%.
As ações da Petrobras arrastaram o mercado, ontem, em meio às incertezas sobre o marco regulatório do pré-sal. A oscilação de hoje foi bem mais regular, com o mercado de "cabeça mais fria": as ações preferenciais valorizaram 0,70%, para R$ 31,60, movimentando negócios de R$ 754,57 milhões. Já as ordinárias caíram 0,53%, para R$ 37,33, com giro de R$ 328,58 milhões.
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O dólar comercial foi vendido a R$ 1,905, em alta de 0,79%. No espaço de sete dias, o preço da moeda americana ficou 4,04% mais caro, refletindo um certo nervosismo dos agentes financeiros com as perspectivas dos mercados no curto prazo.
"Que a taxa tenha ido de R$ 1,83 a R$ 1,90 não acho tão preocupante e nem se compara com os piores momentos da crise. O que me preocupa é que nós não vimos nessas últimas semanas nenhum indicador que mostre que os EUA estão definitivamente fora da crise. Era se de esperar que depois de toda a ajuda do governo, eles começassem a puxar a recuperação da economia global", avalia Reginaldo Galhardo, diretor da corretora Treviso.
A taxa de risco-país marca 274 pontos, número 1,48% acima da pontuação anterior.
EUA, Brasil
Entre as principais notícias do dia, o setor imobiliário americano voltou a reforçar as expectativas de recuperação: as vendas de casas pendentes cresceram 3,2%, acumulando seis meses de alta consecutiva nos EUA, segundo estatísticas da NAR (Associação Nacional de Corretores de Imóveis, na sigla em inglês).
Outro dado positivo da economia americana veio do setor manufatureiro: o índice ISM, importante termômetro do nível de atividade deste setor, bateu os 52,9 pontos em agosto, ante 48,9 em julho. Trata-se de sua primeira expansão em mais de um ano e meio, de acordo com a entidade responsável pelo cálculo do índice, o ISM (Instituto de Gestão de Oferta, na sigla em inglês).
Essas boas notícias foram parcialmente contrabalançadas pelo desempenho do setor de construção civil nos EUA: os gastos caíram 0,2% (dado anualizado) em julho, refletindo a fraqueza nos projetos comerciais e públicos.
Ainda no front externo, a Eurostat, a agência europeia de estatísticas, informou que a taxa de desemprego entre os países da zona do euro atingiu seu maior nível -- 9,5% em julho -- desde maio de 1999. O número de desempregados aumentou em 167 mil em julho, para 15,09 milhões.
No front doméstico, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) revelou que o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) apontou inflação de 0,20% no mês de agosto. Trata-se do menor índice desde a quarta quadrissemana de junho, quando a alta foi de 0,12%.
E o governo informou que o saldo da balança comercial subiu 33,7% em agosto, ante o mesmo mês de 2008, e fechou em US$ 3,074 bilhões. Na comparação com julho, o superavit foi 15% maior.
Empresas
A Brasil Foods (ex-Perdigão) anunciou que vai transferir até o final deste ano o montante de R$ 3,5 bilhões para a Sadia, como parte do processo de saneamento financeiro da nova controlada e em mais uma etapa da fusão entre as duas antigas rivais do setor alimentício brasileiro. Do montante total, já foram transferidos R$ 950 milhões. A ação ordinária da BRF teve queda de 1,78%, enquanto a ação preferencial da Sadia foi negociada com desconto de 2,16% no pregão de hoje.