Sem Kaká, seleção brasileira amarga números de time pequeno 08/09/2009
- Paulo Cobos - Folha de S.Paulo
Lúcio, o capitão, Robinho, o mais assíduo, e Luis Fabiano, o artilheiro, vão fazer falta.
Mas, pelo retrospecto da seleção nas eliminatórias, é Kaká quem mais vai deixar Dunga com saudades contra o Chile.
Com o meia-atacante, que ontem passou parte do dia em evento na destruída sede da Igreja Renascer, o Brasil tem números de gigante no classificatório para o Mundial. Sem ele, marcas de time pequeno.
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Nas dez partidas em que escalou Kaká, Dunga viu seu time ganhar 80% dos pontos disputados e fazer, em média, 2,3 gols por jogo. Nas cinco partidas em que não contou com o astro do Real Madrid, a seleção venceu só um jogo e registrou aproveitamento de 40%. A média de gols (0,8 por jogo) foi ridícula.
Contra os chilenos, em Salvador, Dunga tem basicamente uma alternativa para substituir Kaká. O escolhido deve ser Júlio Baptista, que em seis jogos pelas eliminatórias marcou um gol --contra o Equador, quando Kaká não atuou (naquela ocasião, estava machucado).
Além de Kaká, Lúcio, Luis Fabiano e Robinho, Dunga também não terá o meia Ramíres, outro suspenso. Elano, que passou por exames no domingo, segue no grupo, mas pode ser poupado na quarta-feira.
Até 18h de ontem, a CBF não havia anunciado a convocação de novos jogadores. Se tivesse feito isso na noite de domingo ou até mesmo ontem pela manhã, os escolhidos poderiam participar do primeiro treino da equipe no remodelado estádio de Pituaçu, contra um time das categorias de base do Bahia, realizado ontem.
Robinho, que pela primeira informação da confederação seguiria em tratamento com o grupo, também acabou dispensado. Exame realizado em Salvador apontou um edema ósseo na fíbula direita, e o atacante decidiu se tratar agora no seu clube, o Manchester City.
No treino, Dunga poupou os jogadores que foram titulares na vitória sobre a Argentina, no sábado. No ataque, porém, ele escalou Nilmar e Adriano, a dupla que vai substituir Robinho e Luis Fabiano. Na defesa, Miranda é o mais cotado para entrar na vaga de Lúcio.
Com tantos problemas e diante do vice-líder das eliminatórias, o Brasil coloca em jogo uma invencibilidade histórica. O time nacional nunca perdeu como mandante em jogos da competição. "Não é porque estamos classificados que vamos relaxar agora", falou Gilberto Silva.