Bovespa fecha em alta de 2,12%, com maior ganho em um mês 08/09/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) teve o seu mais forte avanço em mais de um mês na jornada desta terça-feira, levando o índice Ibovespa o seu nível mais alto desde 31de julho do ano passado. A recuperação nos preços das commodities animou os negócios com as ações brasileiras, principalmente dos principais papéis negociados no mercado brasileiro: os ativos da Petrobras e Vale. A taxa de câmbio retraiu pelo quarto dia, para R$ 1,82, a menor cotação em 30 dias.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, avançou 2,12% no fechamento, cravando os 57.854 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,54 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 0,59%.
A ação preferencial da Petrobras teve ganho de 1,13%, enquanto o ativo da Vale subiu 2,26%. Juntos, esses papéis movimentaram quase R$ 900 milhões na Bolsa brasileira.
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Entre as ações que compõem o índice Ibovespa, as maiores valorizações ficaram por conta dos papéis da mineradora MMX (7,83%), Klabin (6,22%) e Bradespar (6,04%).
No sábado, a Folha trouxe a notícia de que o empresário Eike Batista, dono da MMX, negocia adquirir a Bradespar, fatia do grupo Bradesco que detém em várias empresas, entre elas, a Vale. No caso da Klabin, corretores destacaram que os bons números do setor industrial (alta do emprego e da produção) já sinalizam a melhora da demanda doméstica.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,827, em um declínio de 0,70%. A taxa de risco-país marca 237 pontos, número 5,57% abaixo da pontuação anterior.
Entre as principais notícias do dia, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou que, pela primeira vez em nove meses, o nível de emprego no setor industrial mostrou crescimento (0,4%). Em relação a igual período do ano passado, o movimento de retração foi mantido. A queda foi de 7%, oitavo recuo consecutivo.
Embora analistas tenham comemorado a oscilação positiva do emprego industrial, não foram entusiastas quanto às perspectivas para os próximos meses. "A menor intensidade do crescimento nas horas pagas na margem em julho pode ser um fator que pode fazer o ritmo de contratação não ser tão intenso, assim como a maior produtividade, resultado dos vultosos investimentos em capital feitos nos anos anteriores", avalia a equipe de análise econômica do banco Fator, em relatório divulgado hoje sobre os números do IBGE.
O boletim Focus, preparado pelo Banco Central, revelou que a maioria dos economistas do setor financeiro revisou para melhor seus prognósticos para a economia brasileira: em vez de uma contração de 0,30%, a mediana das projeções indica uma queda de somente 0,16% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano.
O Ministério do Desenvolvimento informou que a balança comercial teve um superavit de US$ 480 milhões (média diária de R$ 120 milhões) na primeira semana de setembro (apenas quatro dias úteis). O resultado é 18% menor do que a média diária registrada em agosto e 4,3% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado.
Nos EUA, o Federal Reserve (o banco central do país) divulgou que o montante de crédito concedido para o consumo encolheu 10,4% no mês de julho. A queda nos empréstimos foi calculada em US$ 21,6 bilhões, uma perda recorde e bem pior do que os economistas do setor financeiro previam (retração de US$ 4 bilhões).