Bovespa emenda quarto dia de ganhos e fecha em alta de 0,10% 09/09/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) acumulou seu quarto dia consecutivo de ganhos no encerramento dos negócios nesta quarta-feira. O índice Ibovespa, o "preço" da Bolsa, é maior desde o final de julho de 2008. O investidor continua postergando a onda de realização de lucros (venda de ações valorizadas) esperada por boa parte dos analistas do mercado. A principal notícia de hoje foi a apreciação otimista sobre a economia americana divulgada no "Livro Bege", informe fundamental sobre a conjuntura dos EUA. A taxa de câmbio bateu R$ 1,83.
O Ibovespa, o termômetro dos negócios da Bolsa, teve modesta alta de 0,10%, aos 57.909 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,79 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou com ganho de 0,53%.
As ações da Petrobras, influenciadas pela descobertas no poço "Guará", puxaram a Bovespa. As ações preferenciais valorizaram 0,36%, enquanto as ordinárias subiram 1,32%. Juntos, os dois papéis responderam por cerca de R$ 640 milhões dos negócios da Bolsa.
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O dólar comercial foi negociado por R$ 1,836, em alta de 0,49%, num dia instável, em que os preços oscilaram entre R$ 1,841 e R$ 1,819. A taxa de risco-país marca 238 pontos, número 0,42% acima da pontuação anterior.
"Quando o dólar começa a chegar nesse preço [R$ 1,82], aí a demanda começa a surgir e entra gente comprando. Nós já notamos aqui na corretora que, nesse patamar, há uma resistência muito forte [para cair]. Provavelmente para os bancos e alguns especuladores é um preço que já começa a não ficar interessante", comenta Carlos Alberto Postigo, gerente de operações da Casa Paulista Assessoria Bancária, braço do Banco Paulista no segmento de câmbio turismo.
Entre as principais notícias do dia, o Federal Reserve (o Fed, banco central dos EUA) forneceu um diagnóstico mais positivo sobre a economia americana. O "Livro Bege", documento que resume as avaliações das 12 unidades regionais do Fed, apontou uma expectativa "cautelosamente positiva" para a atividade econômica do país.
"Com relação ao documento anterior, Dallas indicou que a atividade econômica encontrou terreno firme, enquanto Boston, Cleveland, Filadélfia, Richmond e San Francisco mencionaram sinais de melhoria", diz o texto. "Atlanta, Chicago, Kansas City, Minneapolis e Nova York descreveram a atividade econômica como estável ou mostrando sinais de estabilização."
No front doméstico, a FGV (Fundação Getulio Vargas) mostrou que a inflação teve ligeira alta de 0,09% em agosto, pela leitura do IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna). Em julho, o mesmo índice revelou deflação de 0,64%.
E o Banco Central informou que o fluxo de dólares entre o Brasil e o exterior foi positivo em US$ 2,957 bilhões no mês de agosto. Nos quatro primeiros dias de setembro, o saldo está negativo em US$ 1,108 bilhão.
Já a CNI (Confederação Nacional da Indústria) informou que o faturamento da indústria brasileira aumentou 0,4% em julho, na comparação com junho. Sobre julho do ano passado, no entanto, há recuo de 9,2%. A utilização da capacidade instalada subiu para 79,9%. Essa recuperação, no entanto, ainda não foi suficiente para estimular a criação de empregos, reconheceu a área de análise econômica da entidade.
Empresas
O grupo francês Vivendi anunciou ontem à noite que deve comprar por R$ 5,4 bilhões a brasileira GVT, que oferece serviços de telecomunicações em 12 Estados do país e no Distrito Federal. A ação da operadora brasileira foi o segundo papel mais negociado na Bolsa e disparou 18,58% nos negócios de hoje.
Ainda na noite de ontem, a Vale confirmou o lançamento de US$ 1 bilhão em bônus com vencimento em dez anos no mercado global, por meio de sua subsidiária integral Vale Overseas. A mineradora afirmou que vai utilizar os recursos obtidos na operação para "propósitos corporativos em geral". A ação da mineradora retraiu 0,11% no pregão desta quarta-feira.
E a Petrobras informou ao mercado de que um teste realizado em um dos poços da bacia de Santos, informalmente denominado Guará, constatou uma 'uma altíssima produtividade dos reservatórios com óleo do pré-sal nesta área'. A estatal estima um volume de óleo recuperável na faixa de 1,1 a 2 bilhões de barris de óleo leve e gás.