Bovespa fecha em baixa de 0,29% e dólar sobe para R$ 1,82 11/09/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) concluiu os negócios desta sexta-feira com ações mais desvalorizadas, numa jornada em que o investidor preferiu embolsar os ganhos passados, na sequência de cinco pregões consecutivos de alta. O dia foi marcado pela alta surpreendente da produção industrial chinesa, que trouxe novo ânimo para os negócios, e o fim "técnico" da recessão no Brasil. A taxa de câmbio cravou R$ 1,82.
Na semana, a taxa cambial acumula desvalorização de 0,71% e, no mês, de 3,33%. Já a Bovespa teve alta de 3,02% na semana e de 3,32% em setembro.
O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa paulista, recuou 0,29%, aos 58.366 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,05 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em queda de 0,23%.
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O dólar comercial foi negociado por R$ 1,827, em um avanço de 0,32% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 249 pontos, número 1,63% acima da pontuação anterior.
"Há uma série de captações programadas para os próximos meses e o fluxo de dólares para o país está muito grande", comenta o analista da corretora Liquidez, Mário Paiva. "Essa alta de hoje foi apenas um repique técnico. A taxa atingiu uma nova mínima hoje [R$ 1,805, abaixo da cotação de R$ 1,807 registrada em agosto] e é natural que isso ocorra", acrescenta.
Entre as principais notícias do dia, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que o PIB brasileiro apresentou crescimento de 1,9% no segundo trimestre deste ano, puxado pelo consumo doméstico (incremento de 2,1%) e o setor industrial (2,1%). O consenso entre economistas do mercado financeiro apontava para um aumento do PIB de 1,7%.
Analistas de mercado têm melhorado suas projeções para a economia do país, esperando uma contração menor do produto nacional. Enquanto o ministro Guido Mantega (Fazenda) já fala em um crescimento de 1%, economistas de bancos e corretoras apostam numa queda modesta, entre 0,6% e 0,2%.
"Esperamos recuperação dos baixos níveis dos investimentos ao longo do segundo semestre, mas em ritmo moderado, dado o ainda baixo nível de utilização da capacidade instalada da indústria", comentam os economistas do banco Fibra, Maristella Ansanelli e Gustavo Arruda, em análise sobre os números do produto nacional. "A trajetória de crescimento do PIB deve se sustentar nos próximos meses, mas esperamos um crescimento em ritmo menor do que o ocorrido no segundo trimestre deste ano", acrescentam os analistas.
A FGV (Fundação Getulio Vargas) apontou inflação de 0,28% para o setembro, de acordo com a estimativa prévia do IGP-M, índice de preços normalmente utilizado para o reajuste dos aluguéis. No ano, o índice acumula queda de 1,75% nessa modalidade de cálculo.
Nos EUA, a Universidade de Michigan detectou uma melhora no nível de confiança do consumidor americano na economia: o índice apurado pela instituição ficou em 70,2 pontos, contra 65,7 em agosto e acima das expectativas do mercado (67,3 pontos).
Ontem à noite, o governo chinês revelou que a produção industrial cresceu 12,3% em agosto sobre o mesmo período de 2008, batendo as previsões de mercado. Após os números da indústria, o Departamento Nacional de Estatísticas da China apontou que o país pode realmente atingir a meta de crescimento de 8% neste ano.