DIA A DIA

Bovespa fecha com ganho de 0,67% e dólar cai para R$ 1,80
15/09/2009 - Epaminondas Neto

O capital externo ajudou a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) a galgar um novo nível de preços na jornada desta terça-feira, um ano após o colapso do banco Lehman Brothers, estopim da pior fase da crise global. Boas notícias tanto dos EUA quanto da economia doméstica ajudaram a manter o bom humor do mercado. A taxa de câmbio retraiu para R$ 1,80, a menor cotação da moeda americana em um ano.

O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 0,67%, aos 59.263 pontos, a pontuação mais alta desde 31 de julho de 2008 (59.505 pontos). O giro financeiro foi de R$ 4,90 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 0,59%.

Por enquanto, o mercado brasileiro de ações tem contrariado o prognóstico de que setembro seria um mês em que as ordens de vendas seriam predominantes, principalmente com o reingresso de capital externo para a Bolsa.


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"Realmente, entre o final de agosto e o início de setembro, costuma haver algum movimento mais forte de vendas, mas isso não é uma regra. Hoje, o que nós temos observado é que continua entrando dinheiro estrangeiro para as empresas brasileiras", comenta Nicholas Barbarisi, sócio e diretor de operações da Hera Investment.

"O investidor externo olha para as projeções de PIB do Brasil para 2010, que são muito melhores do que muitos países, como por exemplo os EUA, e pensa em trazer seus recursos para cá. Se olharmos somente para os bancos brasileiros, a expectativa é de que neste haja um crescimento de 10% na concessão de crédito", acrescenta.

"O que pode atrapalhar um pouco esse cenário positivo é o mercado externo. Se as grandes economias não começarem a mostrar uma recuperação como esperado, os investidores podem optar por vender as ações para embolsar o que já se ganhou neste ano. Nesse sentido, os balanços do terceiro trimestre vão ser um 'drive' para sabermos se esse fluxo [de capital externo] permanece ou não", sintetiza.

O dólar comercial foi cotado por R$ 1,807 para venda, em um decréscimo de 0,38%. A taxa de risco-país marca 224 pontos, número 3,86% abaixo da pontuação anterior.

Entre as principais notícias do dia, o Departamento do Trabalho dos EUA registrou inflação de 1,7% em agosto, pela leitura do PPI (Índice de Preços ao Produtor, para preços no atacado). O dado surpreendeu os analistas, que previam uma alta de 1,1%.

Ainda nos EUA, o governo informou que as vendas no varejo cresceram 2,7% em agosto, ante uma queda de 0,2% em julho. Economistas do setor financeiro projetavam variação de 2%, na média.

E o presidente do Federal Reserve (banco central), Ben Bernanke, declarou que a recessão dos EUA "provalvemente" (em termos técnicos), mas a que recuperação será lenta e demorada.

Já no front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que as vendas no comércio no país em julho cresceram 0,5%, na comparação com junho. Trata-se da terceira alta consecutiva. Em relação a julho de 2008, houve alta de 5,9%.

E a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) informou que o nível de emprego da indústria paulista fechou agosto em alta de 0,07% na comparação com julho. Esse é o primeiro mês de alta após três quedas consecutivas no indicador.

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