Bovespa fecha em alta de 0,37% e se aproxima dos 61 mil pontos 21/09/2009
- Folha Online
Após um início vacilante, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) firmou tendência de alta e voltou a encostar nos 61 mil pontos, um "preço" perdido desde julho do ano passado. Nos EUA, prevaleceu a realização de lucros (venda de papéis valorizados) esperada por analistas. A taxa de câmbio cravou R$ 1,81.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, valorizou 0,37% no fechamento, aos 60.928 pontos. O giro financeiro foi de R$ 8,61 bilhões. O volume regular foi inflado pelo tradicional vencimento de opções ocorrido hoje e que movimentou R$ 3,3 bilhões.
Opções são contratos em que se negociam direitos de compra ou de venda de um determinado ativo, no caso, ações. Os investidores têm um prazo para exercer ou não os direitos de compra ou venda contidos nesses contratos. Por esse motivo, a Bolsa de Valores apresenta uma movimentação atípica nessas datas de vencimento.
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No exercício deste mês, o contrato mais negociado foi a opção de compra de ação preferencial da Vale pelo preço de R$ 34, com um giro total de R$ 450 milhões. A segunda mais movimentada foi a opção de compra da ação preferencial de Petrobras a R$ 31,75, com negócios de R$ 385,5 milhões. Não por acaso, as ações da mineradora e da estatal são os papéis preferidos pelos investidores no pregão da Bovespa.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,818, em um acréscimo de 0,49% sobre a cotação final da semana passada.
É difícil encontrar especialistas do setor financeiro que não insistam na tese de que a Bolsa brasileira, após valorizar mais de 60% neste ano, antecipou a retomada mundial muito rápida e que já está com ações caras demais.
"Apesar da bonança, à medida que os índices acionários avançam se reduzem em consequência o espaço para valorizações adicionais, ao mesmo tempo em que aumentam os riscos de correções mais bruscas", avalia a equipe de analistas da corretora Spinelli, sintetizando uma opinião corrente entre gestores de investimentos.
Para os especialistas da corretora, "o maior teste para a atual tendência altista" deve ocorrer "no início de outubro, quando se inicia a temporada de divulgação de resultados do terceiro trimestre nos EUA". A área de análise teme que, caso as empresas não entreguem os resultados esperados, aumentem as possibilidades de uma correção dos preços (quedas).
Entre as principais notícias do dia, um importante indicador de tendências econômicas (para um prazo de seis meses), conhecido como "leading indicators", apontou crescimento 0,6% em agosto, segundo cálculo do instituto privado Conference Board. A expectativa dos analistas era de um aumento ligeiramente maior, de 0,7%, no mês passado.
No front doméstico, o boletim Focus, do Banco Central, mostrou que a maioria dos economistas do setor financeiro revisou suas projeções para a evolução do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro neste ano: em vez de uma contração de 0,15%, a mediana das previsões aponta para uma estagnação em 2009.
O Ministério do Desenvolvimento apontou um superavit de US$ 556 milhões (média diária de R$ 111,2 milhões) na terceira semana de setembro. O resultado é 24,04% menor do que a média diária registrada em todo o mês de agosto.