DIA A DIA

Bovespa "descola" de NY, fecha com alta de 0,52% e mantém os 60 mil pontos
25/09/2009 - Epaminondas Neto - Folha Online

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) teve um dia instável, oscilando entre altas e baixas, mas nas últimas horas firmou a tendência positiva, chegando a descolar de sua principal referência: a Bolsa de Nova York, que concluiu os negócios de hoje em queda. Para analistas, os investidores estrangeiros continuam a mostrar disposição para aportar recursos no país, com melhores perspectivas que as economias principais. A taxa de câmbio fechou em R$ 1,80.

O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, avançou 0,52% no fechamento e bateu os 60.355 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,99 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em baixa de 0,44%.

No mês, a Bolsa de Valores acumula ganho de 6,84%, e no ano, de 60,73%.


PUBLICIDADE


"Nós vimos nos últimos dias um processo de realização [venda] completamente normal, considerando o que a Bolsa já subiu. A questão é nós estamos é tem bastante força compradora no mercado. Nós notamos que algumas realizações que ocorreram foram somente intradiárias", comenta Marco Aurélio Etchegoyen, operador da corretora gaúcha Diferencial. "O mercado subiu bastante, mas não foi à toa. Os indicadores dos EUA e da Europa trouxeram bastante otimismo. No Brasil, as perspectivas são de crescimento zero nesse ano, mas no ano que vem já começa a crescer bem. Nos EUA e na zona do euro, é possível que eles retomem o crescimento, pelo menos um pouco, em 2010", acrescenta.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,800, em um decréscimo de 0,27%. A taxa de risco-país marca 238 pontos, número 2,58% acima da pontuação anterior.

Entre as principais notícias do dia, a Universidade de Michigan apontou que a confiança do consumidor americano na economia de seu país atingiu a sua maior marca desde janeiro de 2008, batendo com folga as projeções dos economistas. Essa sondagem é vista como um importante indicador das tendências de consumo para os próximos meses.

O Departamento do Comércio dos EUA informou que as encomendas de bens duráveis às indústrias tiveram queda de 2,4% em agosto, um resultado bem pior do que o esperado por economistas do setor financeiro, que esperavam um incremento de, pelo menos 0,5%.

No front doméstico, o Banco Central divulgou suas projeções para a economia brasileiro, reforçando que espera crescimento para este ano --de 0,8%-- mas elevou suas projeções para a inflação deste ano e de 2010, para 4,2% e 4,4%. A meta de inflação deste ano e do próximo é de 4,5%.

Analistas ainda destacam a notícia sobre a permissão de fundos de pensão possam aportar recursos em aplicações de maior risco, o que pode trazer mais capital para a Bolsa.

Na reunião de cúpula do G20, na cidade americana de Pittsburgh, os líderes mundiais se comprometeram em manter os programas de ajuda às respectivas economias até que a retomada da economia global esteja garantida. Esse compromisso deve fazer parte do comunicado oficial do encontro, conforme adiantaram hoje agências de notícias internacionais.

Compartilhe: