Bovespa fecha em alta de 0,46% e acumula ganho de 8,9% no mês 30/09/2009
- Epaminondas Neto - Folha Online
O mercado brasileiro de ações encerrou o mês de setembro acumulando uma valorização de quase 64% neste ano. Os investidores "ignoraram" o prognóstico de que setembro seria voltado para a realização de lucros (venda de ações caras) e as ordens de compra predominaram no ambiente de negócios. O fluxo de capital estrangeiro também contribuiu, deixando mais de R$ 3 bilhões somente neste mês na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).
No mês, a Bolsa acumula valorização de 8,90%. No ano, o ganho acumulado atinge 63,83%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,772 nesta quarta-feira, em um decréscimo de 1,17% sobre a cotação de ontem. Trata-se da menor cotação desde 8 de setembro de 2008.
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O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa paulista, ascendeu 0,46% no fechamento, aos 61.517 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,13 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em baixa de 0,31%.
De olho na valorização de 2009, analistas mantém a projeção de um movimento mais significativo de vendas no curto prazo. "Imaginamos três fatores que podem fazer o mercado recuar: o volume de Ipos [lançamento de ações em Bolsa]; medidas nos EUA e Europa que eventualmente possam reduzir a liquidez do sistema, visto que a liquidez é fundamental para elevar o valor dos ativos, e divulgação de resultados abaixo do esperado para as empresas americanas no terceiro trimestre", pondera a equipe de analistas da Gradual Investimentos, em relatório sobre o mercado financeiro.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,772, em um declínio de 1,17%. A taxa de risco-país marca 234 pontos, número 0,42% abaixo da pontuação anterior. "Se continuarmos a ver notícias positivas nesta semana, é muito possível que o dólar chegue a R$ 1,57 bem rápido. Mas, por exemplo, se o 'payroll' vier muito ruim e dar um susto no mercado, é muito provável que o mercado dê umas boas puxadas na taxa de câmbio", avalia Luiz Fernando Moreira, da mesa de operações da corretora Dascam.
O Tesouro Nacional anunciou que deve lançar no mercado internacional títulos com prazo até 2041. Bancos privados estimam a operação em até US$ 1 bilhão.
Entre outras notícias importantes do dia, o governo dos EUA divulgou nova estimativa do PIB (Produto Interno Bruto) relativo ao segundo trimestre, apontando para uma contração de 0,7% no período, um resultado melhor do que o cálculo anterior (queda de 1%).
A consultoria privada ADP contabilizou a perda de 254 mil postos de trabalho em setembro. Trata-se do menor número de vagas fechadas no país desde julho do ano passado, segundo a consultoria. A estimativa ganha importância porque antecipa o muito aguardado 'payroll', o boletim oficial sobre o mercado de trabalho americano com divulgação prevista para sexta-feira.
No front doméstico, pesquisa Dieese/Seade registrou uma melhora na taxa de desemprego, que passou de 15% para 14,6% entre julho e agosto.
O Banco Central revelou o superavit primário da União do período janeiro-agosto foi quase 60% na comparação com o ano passado, considerado os mesmos meses. A relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB --principal medida de endividamento do setor público- ficou estável em 44%. O governo espera que caia para 43,3% até o final deste ano.