Bovespa fecha em alta de 1,96%, o maior nível em quase 15 meses 05/10/2009
- Folha Online
As ações brasileiras foram negociadas com valorização na jornada desta segunda-feira, acompanhando o otimismo da cena externa. O índice Ibovespa atingiu o seu maior nível desde 1º de julho de 2008.
O mercado se animou com os indicadores mais recentes dos EUA, que mostraram expansão no fundamental setor de serviços. Analistas também destacam o papel do fluxo de capital estrangeiro para sustentar a recuperação da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). A taxa de câmbio recuou para R$ 1,76.
O Ibovespa, o termômetro dos negócios da Bolsa paulista, subiu 1,96% no fechamento, aos 62.369 pontos. giro financeiro foi de R$ 5,3 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou com avanço de 1,18%.
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Alguns analistas temem, a partir desta semana, o início da temporada de balanços corporativos com os resultados do terceiro trimestre deste ano. Para essa corrente de economistas, caso as empresas entreguem números abaixo do esperado, podem disparar movimentos de realização de lucros (venda de ações caras).
Esse comportamento dos investidores foi esperado ao longo de todo o mês de setembro. Os participantes da Bolsa, no entanto, frustraram as piores expectativas e obrigaram muitos gestores a voltarem "correndo" para o mercado, que registrou uma das maiores valorizações mensais deste ano.
Em outubro, profissionais de corretoras já "apostam" que a Bolsa pode continuar em franca recuperação. Para o economista-chefe do banco Schahin, Silvio Campos Neto, "está difícil se convencer de reversão da tendência mais positiva, diante das avaliações cada vez mais favoráveis quanto às perspectivas para o país, especialmente por parte de analistas estrangeiros".
O economista ressalta essas avaliações positivas foram responsáveis por "fluxos volumosos" de capitais para compra de ativos domésticos. "Neste cenário, não faz sentido apostar contra a valorização dos preços destes ativos, como ações e a própria moeda do país", avalia, em seu relatório semanal sobre o mercado financeiro.
No acumulado deste ano, os investidores estrangeiros já deixaram cerca de R$ 18 bilhões na Bovespa (saldo entre compras e vendas de ações).
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,761, em um declínio de 0,95%. A taxa de risco-país marca 239 pontos, número 2,84% abaixo da pontuação anterior.
Entre as principais notícias do dia, a entidade privada ISM (Instituto de Gestão de Oferta, na sigla em inglês) apontou que o nível de atividade no setor de serviços dos EUA teve sua primeira expansão neste ano. O índice do ISM ficou em 50,9 pontos, contra 48,4 em agosto. Analistas previam um patamar de 50 pontos.
No front doméstico, o boletim Focus, preparado pelo Banco Central, mostrou que a maioria dos economistas do setor financeiro já espera um crescimento, ainda que bastante modesto, da economia brasileira neste ano, em vez de uma contração como os boletins dos último seis meses mostraram.
O Ministério do Desenvolvimento informou que o superavit da balança comercial atingiu US$ 21,69 bilhões no acumulado deste ano (até a primeira semana de outubro). A média diária registrada até a primeira semana de outubro foi de US$ 114,8 milhões, valor 11,2% maior do que a média do ano passado.
A FGV (Fundação Getulio Vargas) revelou que a inflação para a população de baixa renda teve variação de 0,02% em setembro, pela leitura do IPC-C1 (Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1). Em agosto, a inflação foi de 0,20%.