Bovespa fecha em leve queda de 0,05% 07/10/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) quase encerrou a jornada desta quarta-feira com sinal positivo, mas alguns ordens de venda nos últimos minutos de pregão afetaram o mercado, sem escapar da influência externa das demais Bolsas. O destaque do dia ficou por conta das novas ações do Santander, que estrearam em queda e inflaram o giro regular de negócios do mercado brasileiro. A taxa de câmbio teve um "repique" após três dias de baixa e cravou R$ 1,75.
O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa, caiu 0,05% no fechamento, aos 62.638 pontos. O giro financeiro foi de R$ 8,89 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em queda de 0,06%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,756, com avanço de 0,22%. A taxa de risco-país marca 234 pontos, cerca de 4% acima da pontuação anterior.
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"Ontem, o dólar chegou a cair a R$ 1,743 durante o dia, e nesse momento alguns do mercado já ficam com um pouco de receio e nivelam posições, apostando que pode voltar a subir", comenta Luiz Carlos Baldan, diretor da corretora de câmbio Fourtrade. "Porém, o fluxo [de moeda] continua positivo, a balança comercial segue superavitária e há expectativas de que mais empresas façam novas captações nos próximos meses", acrescenta.
O humor de mercado piorou com a divulgação de uma contração da ordem de US$ 12 bilhões no volume de crédito ao consumidor nos EUA, com dados relativos a agosto. O consumo é uma das principais alavancas da economia americana. E a retração foi muito pior do que esperava a maioria dos economistas do setor financeiro.
Entre outras notícias importantes do dia, a Eurostat, a agência europeia de estatísticas, informou que a contração do PIB (Produto Interno Bruto) do continente foi ainda pior do que o esperado. Para os países da zona do euro, a queda é de 0,2%. No caso da economia da União Europeia, a retração estimada é de 0,3%.
Nos EUA, a MBA (Associação dos Bancos de Hipotecas, na sigla em inglês) apontou um aumento de 16,4% dos pedidos de hipotecas na semana encerrada no último dia 2.
A Anfavea (a associação dos fabricantes) revelou que a produção da indústria automobilística teve a sua 12ª queda consecutiva, com recuo de 6,7% em setembro, no comparativo com o mês anterior.
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) anunciou um crescimento de 0,7% no nível de emprego do setor industrial. A utilização da capacidade instalada também aumentou, de 79,9% em agosto para 80,1% em setembro.
Empresas
No front corporativo, a principal notícia do dia foi a estreia das novas "units" (recibos de ações) do Santander, que movimentaram R$ 14 bilhões no seu lançamento. O novo papel teve perdas de 3,74% no seu primeiro dia e foi cotado por R$ 22,62. A ação foi o ativo mais negociado da Bolsa, com giro de R$ 1,93 bilhão.
Profissionais de mercado avaliaram o preço de abertura (R$ 23,50) estava "inflado" pela demanda dos investidores, entusiasmados pelo porte da operação e pelo históricos dos outros lançamentos de ações.
A Telefônica fez uma oferta de R$ 6,5 bilhões pelo holding de telefonia GVT, o que fez as ações dessa companhia dispararem 13,74% na Bovespa, sendo o segundo ativo mais movimentado deste pregão (R$ 741,1 milhões).
E A OGX Petróleo e Gás comunicou a descoberta de petróleo em poço na parte sul da Bacia de Campos. A empresa tem 100% de participação desse poço. A ação ordinária teve ganho de 3,58%.