PMDB pode assumir publicamente que será vice do PT em 2010, diz Berzoini 13/10/2009
- Agência Brasil
O presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), afirmou que a aliança do partido com o PMDB em torno da candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência já está fechada com 80% dos peemedebistas. Segundo ele, o vice na chapa será do PMDB.
"Essa é uma aliança estratégica não só politicamente, mas para governar o país. Já falei com o PMDB. Os peemedebistas podem, publicamente, assumir que são vice da gente", disse Berzoini.
Para consolidar essa união, no entanto, os peemedebistas correm contra o tempo. Até novembro, o partido realiza convenções regionais para eleger os novos diretórios e serão justamente essas pessoas que decidirão, na convenção nacional do partido em junho de 2010, o rumo que o PMDB tomará na eleição presidencial. A cúpula do PMDB está afinada com a cúpula petista, mas há resistências regionais.
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O Rio Grande do Norte é um exemplo. O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos e ex-presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse que essa aliança entre petistas e peemedebistas ainda está por ser decidida. Ele condiciona as definições das alianças estaduais como pré-requisito para se começar a conversar a respeito de uma aliança nacional.
"Se colocarmos a situação nacional de imediato até que poderemos obter o consenso, mas ficaremos devendo uma solução nos Estados, que tenha o mesmo êxito", afirmou Garibaldi Alves.
O peemedebista acrescentou que não vê problemas em se fechar uma aliança nacional com o PT, entretanto tem dúvidas se este seria o melhor momento de o PMDB discutir um nome para a vice-presidência numa futura campanha presidencial.
"O problema é que com relação ao Estado [Rio Grande do Norte] há algumas divergências e a partir do momento em que se antecipar essa discussão pode-se gerar problemas no partido."
Na semana passada, outros peemedebistas reclamaram da "pressa" da cúpula do PMDB de fecha uma aliança nacional com o PT para 2010. Os senadores Pedro Simon (RS) e Geraldo Mesquita Júnior (AC) discursaram em plenário condenando a iniciativa da cúpula partidária de amarrar um acordo com o presidente Lula e o PT sem consultar as bases do partido.
O vice-líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), no entanto, é um dos articuladores da futura aliança que garante a indicação da vice-presidência numa eventual campanha de Dilma Rousseff. Para ele, o assunto já foi debatido o bastante no partido, e a hora de fechar o acordo é agora.
"Quem está falando contra [o acordo do PMDB com o PT] que dispute na convenção [nacional de 2010]", disse Cunha. Ele destacou que a maior parte dos dirigentes estaduais de hoje são favoráveis à aliança com o PT. Entretanto, esse quadro pode não ser o mesmo a partir de novembro, quando o PMDB terá definido os novos representantes dos diretórios estaduais que decidirão, em junho de 2010, o rumo do partido na sucessão presidencial.