Bovespa sobe 0,90% no fechamento e atinge máxima do ano 13/10/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou mais uma sessão de negócios atingindo seu maior nível de preços neste ano. O mercado segue otimista sobre a temporada de balanços corporativos, que começou semana passada, sendo que as expectativas são ainda mais positivas no caso da Bolsa brasileira. Uma parcela dos analistas, no entanto, ainda teme uma correção mais forte no valor das ações, após uma alta de 70% somente neste ano.
E em um cenário de menor aversão ao risco, a taxa de câmbio cedeu para R$ 1,72, a menor cotação desde 5 de setembro de 2008.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 0,90% no fechamento, aos 64.645 pontos. Trata-se da maior pontuação desde o final de junho de 2008. O giro financeiro foi de R$ 5,27 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em queda de 0,15%.
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Hoje, o mercado repercutiu os resultados das gigantes americanas Johnson & Johnson (produtos de higiene) e Cargill (agronegócio). Entre amanhã e quinta-feira, saem os números de três grandes bancos -- JP Morgan, Citigroup e Goldman Sachs -- balanços que são vistos como uma "prova de fogo" para o atual otimismo dos investidores.
"Os resultados [dos próximos balanços] são de extrema importância para justificar a recente alta das Bolsas de Valores, sustentar a percepção positiva dos analistas e investidores e distanciar ainda mais as perspectivas de correção dos índices acionários", avalia a equipe de analistas da corretora Spinelli, em relatório sobre o mercado financeiro.
As ações que tiveram as maiores valorizações no dia foram os papeis ligados ao setor das construtoras e incorporadoras: Gafisa (8,83%), Cyrela (6,59%) e Rossi Residencial (5,26%). A Cyrela detalhou hoje sua operação para lançar 43 milhões de ações ordinárias, podendo captar mais de R$ 900 milhões.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,727, em um declínio de 0,57%. A taxa de risco-país marca 213 pontos, número 0,47% abaixo da pontuação anterior.
O Banco Central entrou no mercado de câmbio excepcionalmente após as 16h (hora de Brasília), realizando seu habitual leilão de compra. A autoridade monetária aceitou ofertas por R$ 1,7270 (taxa de corte).
Entre as principais notícias do dia, o boletim Focus, preparado pelo Banco Central, mostrou que a maioria dos economistas do setor financeiro melhorou suas projeções para o crescimento do país, tanto para este ano quanto para 2010: a previsão para o aumento do PIB deste ano passou de 0,01% para 0,10%; para 2010, a estimativa é de que a economia do país cresça 4,80%, em vez dos 4,50% da projeção anterior.
Os analistas de mercado também elevaram suas projeções para a taxa Selic do ano que vem: de 9,75% para 10,25%. Para 2009, a taxa Selic deve encerrar o ano em seu patamar atual: 8,75% ao ano.
O Ministério do Desenvolvimento informou que a balança comercial teve superavit de US$ 361 milhões na segunda semana de outubro. A média diária de US$ 72,2 milhões, acima da registrada durante todo o mês de setembro, que foi de US$ 63,3 milhões.
A gigante do setor de produtos para higiene Johnson & Johnson anunciou um lucro líquido de US$ 3,35 bilhões no terceiro trimestre (US$ 1,20 por ação), ante um ganho de US$ 3,31 bilhões (US$ 1,17 por ação) no mesmo período de 2008. O resultado bateu as expectativas de vários analistas do setor financeiro, que esperavam um lucro de US$ 1,13 por ação.
A Cargill revelou um lucro de US$ 525 milhões no trimestre fiscal encerrado em agosto, o que significa uma queda de 65% na comparação com o resultado para o mesmo período em 2008.