DIA A DIA

Caçula do time e estreante em Mundiais, Bruna Leal é a única brasileira nas finais
14/10/2009 - Bernardo Pires Domingues - globoesporte.com

Todo atleta de elite conta histórias do dia em que meses de sacrifício valeram a pena. Com apenas 16 anos, mas nove de ginástica e dois longe dos pais, treinando em Curitiba, a carioca Bruna Leal viveu um desses dias nesta quarta, ao chegar à decisão do individual geral do Campeonato Mundial de ginástica artística, em Londres.

Ela já era uma das apostas da equipe feminina brasileira para chegar à decisão, que será disputada nesta sexta, dia 16. Mas o receio de que a estreia em Mundiais pesasse não era escondido pela coordenadora Georgette Vidor.

Bruna Leal será a única brasileira na decisão do Mundial de ginástica artística, em Londres
No entanto quem acabou cometendo erros (duas quedas na trave e uma aterrissagem fora da linha no salto) que lhe custaram uma vaga também esperada na mesma final foi a paranaense Ethiene Franco, um ano mais velha e com a experiência de ter ido aos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Bruna ficou em 23º entre 24 classificadas, Ethiene foi a 35ª colocada. Repetiu o feito de Sergio Sasaki, o mais novo da equipe masculina, com 17 anos, que também foi o único do time a se classificar para a final do individual geral (que será nesta quinta; Arthur Zanetti foi à decisão das argolas, no sábado).

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- A gente sabe que está preparada, mas sempre fica ansiosa. Representar o Brasil e poder fazer o que a gente treina o ano todo dá um orgulho muito grande. Não é para qualquer um, não é fácil estar aqui. Muitas pessoas gostariam de estar aqui no meu lugar, são muitas pessoas que estou representando. Mas a gente tem que tentar fazer disso uma coisa boa, para nosso bem. É claro que senti um alívio de ter terminado – disse Bruna, para explicar o nervosismo que sentiu.

Bruna disse ter vencido o nervosismo do início Ela conta que nem mesmo seus pensamentos mais criativos puderam prepará-la para a grandeza de um Campeonato Mundial.

- A gente sempre tem em mente uma imagem do que é o Mundial e já pensa sempre em algo grande, mas acho que é ainda maior do que eu imaginava. Quando a gente entra aqui e vê o ginásio cheio, fica muito nervosa. O novo código da federação internacional é muito rígido. Então, é melhor fazer o que sabe bem feito do que arriscar. Nunca me destaquei especialmente em nenhum aparelho, sempre fui na média em todos.

Bruna lembra que, nos primeiros meses afastada da família, treinando em Curitiba, deu vontade de retornar para casa, mas a rotina e o incentivo dos pais, que tentam visitá-la pelo menos um fim de semana por mês, a fizeram resistir:

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