Bovespa fecha em alta de 1,78%, puxada por ações de bancos 03/11/2009
- Folha Online
Em um dia instável, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) teve uma forte recuperação nas últimas horas do pregão desta terça-feira. Ontem, no dia em que a Bolsa não funcionou devido ao feriado, o mercado americano teve valorização, repercutindo o lucro da montadora Ford. Hoje, as ações dos principais bancos do país contribuíram para a alta do índice Ibovespa. A taxa de câmbio cedeu para R$ 1,74.
O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa paulista, subiu 1,78% no fechamento, atingindo os 62.643 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,6 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em queda de 0,49%.
No dia em que o Itaú-Unibanco revelou seu balanço do trimestre, as ações da instituição financeira foram os papéis mais negociados (R$ 295 milhões) da Bolsa, após Vale e Petrobras, e tiveram valorização de 5,31%. A ação do rival Bradesco teve alta de 2,14%, enquanto o ativo do Banco do Brasil teve ganho de 3,08%. Já a ação do Santander avançou 3,57%.
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O dólar comercial foi vendido por R$ 1,745, em um decréscimo de 0,62% sobre a cotação final da semana passada. A taxa de risco-país marca 237 pontos, número 1,28% acima da pontuação anterior.
"De manhã, nós vimos que o mercado estava bastante avesso a risco, com muito medo de alguma notícias ruins na economia mundial. Esse sentimento desanuviou um pouco no início da tarde, sem novos indicadores. Além disso, o dólar chegou a bater R$ 1,77, o que para muitos já é um preço que estimula a mudança de posição. Veja bem: a projeção para o final de ano é de um dólar em R$ 1,70 ou abaixo disso", disse Johny Kneese, diretor da corretora Levycam.
Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA informou que o volume de pedidos ao setor manufatureiro cresceu 0,9% em setembro. Analistas do setor financeiro projetavam variação entre 0,8% e 1%. O órgão do governo americano apontou crescimento na demanda por bens duráveis (acima de três anos de validade) e não duráveis, como produtos químicos.
No front corporativo, o Itaú Unibanco Holding encerrou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 2,268 bilhões, contra um lucro pró-forma de R$ 2,551 bilhões em igual período do ano passado -- uma queda de 11%.
A Braskem anunciou que teve lucro de R$ 645 milhões no terceiro trimestre, num contraste com o prejuízo de R$ 819 milhões registrado um ano antes. Em nove meses, o lucro chega a R$ 1,8 bilhão, um acréscimo de R$ 2,1 bilhões sobre o prejuízo acumulado no ano passado.
E o banco suíço UBS anunciou que teve um prejuízo de US$ 547 milhões no terceiro trimestre deste ano. Um ano antes, a instituição financeira havia registrado um lucro de US$ 274,4 milhões.
Expectativas
"Nesse cenário permeado de incertezas quanto à sustentabilidade da sequência de melhora recente dos indicadores econômicos, do vigor da recuperação e do aumento da volatilidade (...) o mês de novembro começa com as atenções voltadas para a discussão do 'timing' da retirada dos estímulos econômicos nos países centrais", avalia a equipe de analistas da corretora Spinelli, em relatório sobre o mercado financeiro.
Neste relatório, a corretora fez dez recomendações de papéis para o mês: Banco do Brasil (a ação ordinária), Bradesco (ação preferencial), Vale (preferencial), Petrobras (preferencial), Pão de Açúcar (preferencial), JBS (ordinária), BM&F-Bovespa (ordinária), Totvs (ordinária), Cyrela (ordinária) e Telesp (preferencial).
Petrobras e Vale também fazer parte do "cardápio sugerido" da corretora WinTrade, junto com Lojas Americanas (ordinária), Usiminas (preferencial) e Positivo (ordinária).
A estatal petrolífera, a mineradora e a rede de supermercados também fazem parte da carteira de ações recomendada pela Planner para o mês, além de Gerdau (ação preferencial), Gol (preferencial), Lojas Renner, Itaú-Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Redecard, Cyrela e Tractebel.