Bovespa fecha em alta de 2,71% com dólar a R$ 1,70 09/11/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), com o fechamento desta segunda-feira, ficou mais próxima de apagar totalmente o "efeito IOF" sobre os negócios. Hoje, analistas destacaram a decisão do G20 (países mais desenvolvidos) em manter as políticas anticrise por mais algum tempo. A taxa cambial se menteve em R$ 1,70.
Em 19 de outubro, o governo anunciou, após o encerramento dos negócios, a taxação de capital estrangeiro, medida que foi criticada por economistas e gerou nervosismo entre os participantes do mercado financeiro. Naquela dia, a Bovespa havia fechado acima dos 67 mil pontos (o pico do ano), mas perdeu esse patamar no dia seguinte, para não mais recuperá-lo.
O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa paulista, subiu 2,71% no fechamento, aos 66.214 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,20 bilhões. Ainda operando, a Bolsa de Nova York avança 1,94%.
PUBLICIDADE
Para o economista-chefe do banco Schahin, o mercado ainda está "de olho" em possíveis novas medidas do governo sobre o fluxo cambial do país. "O foco dos próximos dias estará sobre as possíveis novas medidas do governo no âmbito da política cambial. A continuidade da modernização da legislação cambial é desejável, envolvendo, por exemplo, uma maior liberalização da saída de recursos. Porém, tais mudanças novamente não seriam suficientes para alterar a tendência de desvalorização do dólar", comenta o economista, em seu relatório semanal sobre o mercado financeiro.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,701, em queda de 1,04%. A taxa de risco-país marca 216 pontos, número 4,84% abaixo da pontuação anterior.
Entre as principais notícias do dia, o boletim Focus, do Banco Central, mostrou que boa parte dos economistas do setor financeiro já projetam um crescimento maior da economia para este ano e para 2010. Para o fim deste ano, a projeção de crescimento passou de 0,18% para 0,20%. Para o fim do ano que vem, a expectativa é de crescimento de 4,83%, contra previsão anterior de 4,8%.
E a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) informou que a produção da indústria automobilística do país teve crescimento de 15,7% em outubro contra setembro, e de 6,3% contra outubro do ano passado.
Já a FGV (Fundação Getulio Vargas) apontou inflação de 0,04% em outubro, contra alta de 0,25% em setembro, pela leitura do IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna).
No final de semana, os integrantes do G20 (grupo dos países mais desenvolvidos) reafirmaram o compromisso de manter as medidas adotadas para enfrentar a crise mundial. "A recuperação é desigual e continua sendo dependente de apoio econômico, e o elevado desemprego é uma grande preocupação", apontou o comunicado final da reunião do dia 7. "Para restaurar a saúde da economia global e do sistema financeiro, concordamos em continuar a apoiar a recuperação."
E na China, a Caam (Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis, na sigla em inglês) revelou que a venda de veículos teve crescimento de 72,5% em outubro, na comparação com o mesmo mês de 2008. O país asiático é visto como um dos 'motores' da recuperação mundial, sendo um grande importador de commodities (matérias-primas) e principal cliente de gigantes brasileiras, como a Vale.
Na sexta à noite, a distribuidora de energia Light anunciou um lucro líquido de R$ 67 milhões para o terceiro trimestre deste ano, contra um ganho de R$ 204 milhões um ano antes. A ação ordinária subiu 0,64% no pregão de hoje.
E a ação da Eucatex disparou 12,72% na sessão de hoje, após a fabricante de materiais de construção ter anunciado que saiu do processo de recuperação judicial da qual estava desde 2005.