Bovespa fecha em alta de 0,19% com o dólar a R$ 1,72 11/11/2009
- Folha Online
As ordens de compra predominaram durante a maior pregão desta quarta-feira a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). Números da economia chinesa, um maiores importadores mundiais de commodities, animaram os investidores. A taxa cambial cravou R$ 1,72.
As ações do setor de energia subiram no pregão de hoje, um dia após o apagão de quatro horas que atingiu 18 Estados brasileiros. O IEE, índice que segue a movimentação dos papéis das elétricas, avançou 0,44%. Analistas destacaram que o apagão, por enquanto, não apontou para problemas no fornecimento de energia no país.
O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa paulista, valorizou 0,19% no fechamento, aos 66.431 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,90 bilhões. Ainda aberta, a Bolsa de Nova York tem alta de 0,33%.
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A Bolsa voltou a atingir o patamar dos 67 mil pontos, em seu pico do ano, e quase já apagou o "efeito IOF" sobre os negócios. No dia 19 de outubro, quando o governo anunciou a medida, houve nervosismo entre investidores, o que pode ter contribuído para saída de quase R$ 4 bilhões da Bolsa nos dias subsequentes.
Os últimos números da Bovespa, no entanto, já mostram que os estrangeiros retornaram ao mercado brasileiro: em novembro, as compras de ações brasileiras por não-residentes supera as vendas por R$ 718,6 milhões (até o pregão do dia 9).
"A nosso ver, o Brasil continuará no radar do investidores, pois apesar de toda a alta, comparativamente aos demais mercados emergentes ou mesmo desenvolvidos, ainda aguardamos grande atividade. Devemos considerar que os eventos Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016 demandarão investimentos relevantes e, apesar das datas, não podem demorar a se iniciar", avalia a equipe de analistas da corretora Planner, em relatório sobre o mercado financeiro distribuído hoje.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,722, em alta de 0,29%. O Banco Central revelou que o fluxo cambial do país (diferença de saídas e entradas de dólares) teve saldo negativo de US$ 1,388 bilhão em novembro, até o dia 6. No acumulado deste ano, o resultado é positivo em US$ 21,468 bilhões.
Entre as principais notícias do dia, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou inflação de 0,28% em outubro ante 0,24% em setembro, conforme a leitura do IPCA, utilizado como índice oficial de preços para o regime de metas do governo.
E na madrugada de hoje, o governo chinês informou que a produção industrial desse país cresceu no maior ritmo -- 16,1% -- em 19 meses no mês de outubro. Analistas avaliam que esse recuperação deve se estender pelo quarto trimestre do ano e por 2010. Nesse mesmo mês, as vendas do setor varejista tiveram crescimento de 16,2%. A balança comercial acumula superavit de US$ 23,99 bilhões.
O Escritório Nacional de Estatísticas chinês divulgou hoje a projeção de que esse país deve crescer pelo menos 8% neste ano.
Os investidores também celebraram alguns indicadores divulgados hoje na Europa, com destaque para a taxa de desemprego no terceiro trimestre -- 7,8% -- sem alteração sobre o nível do trimestre anterior. O número foi melhor do que o esperado por economistas (projeções entre 7,9% e 8%), que destacaram o fato de que o país ainda não saiu da recessão.
Empresas
A Telefônica (Telesp) reportou lucro líquido de R$ 600,3 milhões no terceiro trimestre deste ano, um crescimento de 2,2% sobre o resultado apurado um ano antes. A ação preferencial retraiu 3,61%.
A seguradora Porto Seguro anunciou nesta quarta-feira que teve lucro líquido de R$ 73,3 milhões no terceiro trimestre deste ano --com uma queda de 2,3% ante o mesmo período de 2008. A ação ordinária subiu 0,91%.
A Positivo Informática anunciou que teve lucro líquido de R$ 59,1 milhões no terceiro trimestre, com uma alta de 4,9% sobre o mesmo período do ano passado. A ação ordinária teve perda de 2,24%.
Ontem à noite, a BM&FBovespa --controladora da Bovespa e da BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros)-- registrou um lucro líquido de R$ 245,8 milhões no terceiro trimestre deste ano, um resultado 4,3% superior ao obtido no mesmo período do ano passado. A ação ordinária teve alta de 1,84%.