Bovespa fecha em alta de 1,17% e atinge "pico do ano" 17/11/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) concluiu os negócios desta terça-feira em seu maior patamar deste ano. As ações da Petrobras ajudaram o mercado brasileiro a "descolar" da Bolsa de Nova York, sua principal referência externa, afetada pelo desempenho decepcionante da produção industrial americana. Neste ano, a Bolsa brasileira acumula ganho de 79,5%. Já a taxa de câmbio cravou R$ 1,71.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 1,17% no fechamento, aos 67.405 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,66 bilhões. Ainda operando, a Bolsa de Nova York avança 0,10%.
Os papéis da Petrobras movimentaram o equivalente a 20% do giro total da Bolsa. Somente a ação preferencial girou R$ 1,32 bilhão, sendo negociada com ganho de 2,72%. Outro ativo de "peso" na Bolsa, a ação preferencial da Vale, valorizou 1,54%, com negócios de R$ 608 milhões.
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A estatal petrolífera anunciou hoje a descoberta de um campo de petróleo em Angola. Não há maiores informações sobre o potencial do novo campo. Profissionais de mercado, no entanto, preferiram apontar que o preço da ação estava defasado, principalmente pelo fato de que os papéis da Vale superaram em volume neste mês as ações da Petrobras.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,717, em alta de 0,40%. A taxa de risco-país marca 218 pontos, número 0,46% acima da pontuação anterior. "Parece que o dólar se acomodou nesse patamar acima de R$ 1,70, que está difícil de passar. Pode ser um efeito ainda daquele novo IOF [sobre investimentos estrangeiros], que afetou um pouco o fluxo de capital 'muito especulativo'. Acho que também há um pouco de cautela do mercado, com a possibilidade da taxa bater R$ 1,69 e o BC fazer algo de novo", avalia Marcos Trabold, profissional da mesa de operações da corretora B&T.
Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Trabalho dos EUA informou que a inflação medida pelo PPI (Índice de Preços ao Produtor) foi de 0,3% em outubro, ante deflação de 0,6% em setembro. O núcleo do índice, que exclui os preços de alimentos e energia, apontou queda de 0,6%, maior que a de 0,1% vista em setembro.
E o Federal Reserve (banco central americano) registrou um crescimento de apenas 0,1% na produção industrial nos EUA em outubro, desapontando boa parte dos economistas do setor financeiro, que contavam com um incremento de pelo menos 0,4%.
A Eurostat, a agência europeia de estatísticas, apontou um superavit de 3,7 bilhões de euros (US$ 5,5 bilhões) em setembro entre os países da zona do euro. A previsão do mercado era de um deficit de 2 bilhões de euros (US$ 2,98 bilhões).
No front doméstico, a Fipe-USP apontou inflação de 0,34% (pela leitura do IPC) na segunda quadrissemana de novembro -- 30 dias até 15/11 --, contra alta de 0,31% na abertura do mês. Já a FGV (Fundação Getúlio Vargas) registrou inflação de 0,07% neste mês, contra o 0,10% de avanço visto em outubro, pela leitura do IGP-10.