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DIA A DIA

Cuba enfrenta pior crise econômica desde a queda da União Soviética
22/11/2009 - Jamil Chade - O Estado de S.Paulo

Primeiro foi a alta nos preços dos alimentos. Depois, furacões em 2008 que levaram 20% do PIB cubano. Para completar, uma crise vinda do mundo capitalista que secou créditos, derrubou exportações e está colocando à prova o regime comunista da ilha. No ano que marcaria a celebração de 50 anos da revolução, apenas os cartazes com os rostos dos líderes de 1959 distribuídos por Havana ainda dão um tom de festa. No restante da cidade, há apenas ruínas e uma população cansada e impaciente por mudanças.

Havana hoje enfrenta a pior crise desde o chamado Período Especial - momento, nos anos 90, que marcou o fim dos subsídios de até US$ 4 bilhões que a ilha recebia anualmente da ex-União Soviética. Oficialmente, o PIB que, este ano, cresceria 6,7% terá uma alta de apenas 1,7%. Tudo isso a partir de um ano marcado por perdas de US$ 10 bilhões por causa dos furacões.

A crise pode não ter surgido em Cuba, mas demonstrou que mesmo um regime comunista e sob embargo está vulnerável às forças do mercado. As exportações cubanas em 2009 sofreram uma queda de 36%. O governo cubano calcula ter perdido US$ 2 bilhões por ano com o embargo imposto pelos Estados Unidos e condenado por todo o mundo.


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Mais de um milhão de cubanos que vivem nos EUA ainda contribuíram para a crise na ilha. Todo ano, eles são responsáveis por remessas volumosas a seus familiares que ficaram em Cuba. São os "traidolares", num jogo de palavras com "traidores" por terem fugido do regime. Neste ano, com a crise e desemprego nos EUA, eles mandarão de volta para casa 9% a menos.

No setor estatal, o governo fala pela primeira vez em demissão de trabalhadores. Outra medida tem sido o racionamento de energia. Não faltam também os apagões, principalmente nas cidades do interior. Empresas são obrigadas a funcionar sob tetos de consumo de energia e, se ultrapassam o limite, são duramente punidas. Na rua, placas alertam para a necessidade de apagar as luzes.

Os lucros das poucas empresas estrangeiras instaladas no país - como os hotéis - estão sendo bloqueados pelo governo, que sofre de uma falta crônica de dinheiro. Hoje, a dívida de Cuba com as empresas espanholas já chega a US$ 2 bilhões e obrigou o ministro espanhol de Relações Exteriores, Miguél Angel Moratinos, a tratar do assunto quando esteve em Havana há um mês.

Rodrigo Malmierca, ministro da Economia, garantiu que essa situação seria apenas "temporária". Na prática, porém, a situação é parecida a de um default da economia.

Em cartazes pela rua e nos jornais oficiais do regime, o governo pede austeridade da parte de uma população que já vive com um mínimo. Um dos rumores é de que um novo pacote seja anunciado ainda em dezembro, promovendo cortes nos gastos públicos e uma redução de até 10% dos trabalhadores de indústrias do Estado. Muitas das empresas que correm o risco de fechar sofrem com a falta de recursos para importar a matéria-prima necessária.

Nem o setor de saúde de Cuba, aclamado por atender a todos, parece resistir. Julio, que trabalha como garçom, conta que quando alguém é internado, a família é obrigada a levar tudo: de roupa de cama à comida. Ele levou a reportagem até sua casa, com a promessa de que fotos não seriam tiradas. Tinha razão para fazer o pedido. "Parece que vivo em uma parte bombardeada da cidade. E isso porque ganhamos a revolução", disse, irônico.

No aeroporto de Havana, enquanto as luzes iam e vinham, enfermeiras prontas para atender pacientes com sintomas da gripe suína aproveitavam a chegada de um voo de Paris para pedir dinheiro aos passageiros.

Para membros do governo, o discurso é o de eterno otimismo. Mas economistas alertam que o governo pode estar usando a crise para justificar problemas estruturais. Ao todo, 89 mil trabalhadores do setor agrário estão sem emprego porque simplesmente não há para quem vender o que se planta.

Diplomatas estrangeiros que trabalham em Cuba e preferiram não serem identificados colocam em dúvida a capacidade do governo de dar uma resposta. "No Período Especial, nos anos 90, Fidel Castro estava em plena forma e comandava o país. Hoje não é a mesma coisa", disse um diplomata estrangeiro.

Uma revolução cada vez mais distante da nova geração faz com que os desafios venham acompanhados pelo aumento da pressão interna. Economistas locais já se reúnem para debater como será Cuba depois de Raul Castro. "Hoje, pelo menos, temos pouca comida, mas temos. O que ocorrerá quando não houver nem uma coisa, nem outra?", perguntou o químico e taxista Raul Leiva.

  

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