Bovespa fecha com avanço de 0,76%, em segundo maior "pico" do ano 24/11/2009
- Rpaminondas Neto - Folha Online
Os investidores voltaram às compras perto do encerramento do pregão de hoje, levando a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) para seu segundo maior "pico" do ano. Analistas atribuíram às previsões mais positivas do banco central americano a disparada dos preços. A taxa de câmbio doméstica cravou R$ 1,73.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 0,76% no fechamento, aos 67.317 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,44 bilhões, ainda abaixo da média do mês (em torno de R$ 6 bilhões/dia). Ainda operando, a Bolsa de Nova York reduz suas perdas, mas ainda opera em terreno negativo (queda de 0,25%).
"A Bolsa começou a subir claramente depois da ata do Fomc. Depois, havia notícias de possíveis medidas para ajudar o setor automobilístico, o que deve ter ajudado também na recuperação. O investidor está cauteloso sim, mas os últimos dados têm vindo positivos, e o mercado corre para a ponta de compra", comenta Paulo Hegg, analista da Um Investimentos. "E amanhã, nós devemos ver essa cautela de novo: acho que as principais Bolsas devem abrir um pouco 'de lado' [sem tendência definida], aguardando os novos números dos EUA", acrescenta, numa referência às estatísticas sobre renda e consumo do trabalhador americano.
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O dólar comercial foi vendido por R$ 1,735, em alta de 0,40%. A taxa de risco-país marca 214 pontos, número 0,94% acima da pontuação anterior.
Os investidores tiveram um dia relativamente nervoso. Logo na abertura dos negócios, havia imensa expectativa pela atualização do PIB americano, o primeiro "drive" (guia) importante da agenda do dia. O número decepcionou um pouco. O Departamento de Comércio dos EUA apontou um crescimento de 2,8% (base anual) para a economia americana no terceiro trimestre, em sua segunda estimativa do PIB. Na primeira, o órgão do governo americano havia calculado um crescimento de 3,5% das riquezas do país.
Embora o resultado tenha vindo em linha com as expectativas de muitos analistas, uma parcela do mercado esperava uma variação um pouco superior (na casa dos 3%), no cômputo geral, as Bolsas de Valores caíram para o terreno negativo.
O mercado somente ganhou novo ânimo após a divulgação da ata do Fomc (o equivalente americano do Copom), que mostrou uma autoridade monetária um pouco mais otimista sobre a economia dos EUA. A projeção para o crescimento de 2010 foi revista para uma faixa de 2,5% a 3,5% no próximo ano, contra uma previsão anterior entre 2,1% e 3,3%, o que deu gás novo para os investidores.
Entre outras notícias importantes do dia, os preços dos imóveis nos EUA cresceram 0,3% em setembro contra agosto, pelo quarto mês consecutivo, de acordo com a leitura do índice S&P/Case Shiller, que monitora os valores das casas nas 20 principais regiões metropolitanas desse país.
Ainda no front externo, a Eurostat, a agência europeia de estatísticas, apontou que as encomendas à indústria na zona do euro cresceram 1,5% em setembro, na comparação com agosto.
O Banco Central brasileiro revelou que os investimentos estrangeiros em carteira mais que dobraram entre setembro e outubro: passaram de US$ 6,835 bilhões para US$ 17,119 bilhões.