Bovespa fecha em alta de 0,89% e acumula 80% em 2009, no cume do ano 25/11/2009
- Folha Online
Animados com as boas notícias da economia americana, os investidores empurraram a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) para seu nível mais alto neste ano. Se ontem o relativo otimismo do banco central americano foi o principal motivo, hoje o mercado celebrou o aumento dos gastos e da renda do consumidor dos EUA.
No front doméstico, o Banco Central revelou novo recorde na concessão de crédito, inadimplência em queda e previu juros menores para o Natal. A taxa de câmbio cravou R$ 1,72.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, avançou 0,89% no fechamento, aos 67.917 pontos. Trata-se maior pontuação registrada neste ano, mas ainda relativamente distante do recorde histórico da Bolsa (73.516 pontos, no dia 20 de maio de 2008). O giro financeiro foi de R$ 5,90 bilhões. Ainda aberta, a Bolsa de Nova York sobe 0,25%.
PUBLICIDADE
A ação preferencial da Vale, a preferida dos investidores, teve valorização de 0,62%, enquanto a ação da Petrobras, com o segundo maior giro, teve alta de 0,76%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,726, em declínio de 0,51%. A taxa de risco-país marca 212 pontos, número 1,39% abaixo da pontuação anterior.
O Banco Central informou que os juros de empréstimos bancários voltaram a subir em outubro pela primeira vez desde novembro de 2008, enquanto os níveis de inadimplência ficaram estáveis. O estoque de crédito no país voltou a bater recorde, atingindo a cifra de R$ 1,36 trilhão (o oitavo crescimento consecutivo).
"O crescimento do crédito no mês de outubro mostra uma ligeira desaceleração, no entanto ainda é positivo. Os números continuam a refletir a recuperação econômica, taxas de juros em níveis mais baixos e aumento de consumo, com o segmento de pessoa física apresentando um crescimento maior e a retomada do segmento de pessoa jurídica", comenta a equipe de análise da Link Investimentos, em relatório sobre os números do BC.
Para os especialistas da Link, há motivos para otimismo no trimestre final deste ano, com "a melhora do cenário macroeconômico, com aumento de renda e queda no desemprego".
As ações de alguns dos principais bancos do país estiveram entre os papéis mais negociados dia. A ação do Itaú-Unibanco teve ganho de 1,83%, enquanto a ação do Bradesco valorizou 0,41%. Juntos, os dois ativos movimentaram mais de R$ 300 milhões.
EUA
Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA comunicou que os gastos do consumidor americano tiveram crescimento de 0,7% em outubro, o melhor desempenho desde a alta de 1,3% vista em agosto. A renda também subiu (0,2%), pelo segundo mês consecutivo.
E a demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego caiu nas duas últimas semanas, para uma cifra de 466 mil, o mais baixo nível desde a semana encerrada no dia 13 de setembro de 2008. Trata-se de um dos mais importantes termômetros sobre o mercado de trabalho americano.
A nota negativa veio do setor industrial: as encomendas de bens duráveis tiveram decréscimo de 0,6% em outubro. Economistas contavam com um crescimento de pelo menos 0,5% para o período.
Ainda no front externo, o ONS (Escritório Nacional de Estatísticas, na sigla em inglês) revelou que a economia do Reino Unido teve retração de 0,3% no terceiro trimestre sobre o segundo. Trata-se de uma nova estimativa do PIB britânico, um pouco melhor em relação ao cálculo anterior (que apontou contração de 0,4%).