Bovespa fecha em alta de 1,34% e marca segundo pico de 2009 07/12/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) atingiu o seu segundo "preço" mais alto neste ano, com o retorno dos investidores às compras após dois dias de realizações (vendas de ações mais caras). A agenda econômica foi relativamente esvaziada no front externo, com destaque para o discurso do titular do Federal Reserve. A taxa de câmbio doméstica cravou R$ 1,72.
O mercado brasileiro de ações abriu as operações de hoje em terreno positivo, sob expectativa das palavras de Ben Bernanke, titular do banco central americano. Ele reforçou que ainda é cedo para considerar sustentável a recuperação econômica. A Bolsa subiu com mais ímpeto após o discurso, mas desacelerou perto do encerramento dos negócios.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, subiu 1,34%, aos 68.512 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,01 bilhões. A Bolsa de Nova York ainda opera e registra leve alta de %.
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A fusão Casas Bahia-Pão de Açúcar continua mobilizando os investidores. A ação preferencial do grupo Pão de Açúcar valorizou 0,88%, estando entre os ativos mais negociados do dia: movimentou R$ 102,9 milhões, muito acima do giro normal desse papel (média de R$ 606 mil nos últimos três meses).
A ação ordinária da Globex (Ponto Frio),a outra empresa envolvida na operação, descontou parte da disparada vista na sexta, cedendo 4,30%, com volume financeiro pouco superior a R$ 2,6 milhões.
A corretora Planner abriu hoje sua avaliação sobre o negócio, com menções positivas. "Acreditamos que as sinergias que serão conquistadas, bem como as expertises de ambos os administradores nos seus respectivos nichos, trarão benefícios a todos os acionistas", avalia o analista Pérsio Nogueira Júnior, em relatório distribuído hoje. A corretora está em processo de revisão dos preços-alvos para as ações do Pão de Açúcar.
O dólar comercial foi trocado por R$ 1,721, em uma queda de 0,23%. A taxa de risco-país marca 206 pontos, número 0,48% acima da pontuação anterior.
Entre as principais notícias do dia, o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, reafirmou que espera uma recuperação da economia dos EUA em 2010, mas destacou três "desafios formidáveis" que o país ainda vai enfrentar: a cautela dos consumidores em gastar, a fraqueza do mercado de trabalho e a restrição na oferta de crédito.
"Ainda temos algum caminho a percorrer antes de termos certeza de que a recuperação será sustentável", disse ele, em um discurso no Clube Econômico de Washington.
Poucas horas depois, o Fed revelou que a concessão de crédito no país teve o seu nono mês consecutivo de retração, algo inédito nos registros históricos da instituição.
No front doméstico, o boletim Focus, do Banco Central, mostrou que a maioria dos economistas do setor financeiro revisou para cima suas projeções para a inflação oficial, o IPCA. A estimativa agora é que o índice encerre o ano em 4,26%, contra previsão de 4,25% feita na semana passada.
Para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) desta semana, as projeções apontam para a manutenção dos juros básicos em 8,75% ao ano. Para 2010, a mediana das expectativas subiu de 10,50% para 10,63%.
O Ministério do Desenvolvimento reportou um superavit de US$ 376 milhões nas transações comerciais do país com o exterior no período da primeira semana deste mês (dias 1 a 6).
Empresas
A Hypermarcas anunciou a aquisição do Neo Química por um valor estimado em R$ 1,3 bilhão. Com essa aquisição, o setor de medicamentos deve representar 40% do faturamento total da Hypermarcas. A ação ordinária dessa empresa teve ganho de 4,62%.
A Gol Linhas Aéreas informou uma taxa de ocupação em seus voos de 71,6% ante 71,9% em outubro e 56,8% um ano antes. A empresa também revelou que a demanda no mercado doméstico cresceu 45,9% em comparação a novembro de 2008. A ação preferencial teve avanço de 4,11%. A ação de mesmo tipo da rival TAM teve alta de 4,87%.