Bovespa sobe 0,78% e fecha acima dos 69 mil pontos, patamar inédito em 2009 11/12/2009
- Epaminondas Neto - Folha Online
Uma combinação de forte crescimento da economia chinesa com indicadores positivos dos EUA garantiu um novo recorde de "preço" da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) para este ano. A taxa de câmbio doméstica recuou para R$ 1,75.
Na semana, a Bovespa acumula ganho de 2,46%, enquanto o dólar subiu 1,85%.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, avançou 0,78% no fechamento, aos 69.267 pontos, o patamar mais alto desde 9 de junho de 2008. O recorde histórico permanece em 73.516 pontos, cravados em 20 de maio do ano passado.
PUBLICIDADE
O giro financeiro de hoje foi de R$ 5,97 bilhões, com o destaque usual das ações preferenciais da Vale (R$ 475 milhões), em alta de 0,96%; e das ações de mesmo tipo da Petrobras (R$ 653 milhões), que valorizaram 0,10%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,757, em um declínio de 0,50% sobre a cotação final de ontem. A taxa de risco-país marca 198 pontos, número 2,46% abaixo da pontuação anterior.
Além do fator China, o analista da corretora mineira Amaril Franklin, Eduardo Machado, lembra que os participantes do mercado de ações estão antecipando um quarto trimestre de bons resultados para as empresas, com o ingresso do décimo terceiro na economia e o aumento das compras. "O quarto trimestre é sempre um trimestre mais forte para a economia, com uma movimentação mais forte. Isso vai se refletir nos resultados anuais que as empresas ainda devem divulgar. O que está havendo agora é o que o mercado já está se antecipando, já está colocando nos preços das ações", comenta.
Para a área de análise da corretora, o Ibovespa pode encerrar o ano bem acima dos 70 mil pontos, um patamar ainda inédito para este ano. Uma parcela dos analistas de mercado acredita que a Bolsa de Valores pode registrar uma forte realização (venda) principalmente no primeiro trimestre de 2010.
Entre as principais notícias do dia, a China abriu uma série de indicadores fundamentais sobre a economia local, entre eles, a produção industrial, que teve um crescimento de 19,2% em novembro, na comparação com o mesmo mês de 2008. Trata-se da maior variação desde junho de 2007. Na balança comercial, o país registrou um superavit de US$ 19,09 bilhões em novembro, com leve recuo do total exportado. E a inflação ao consumidor nesse país foi de 0,6% no mês passado, após dez meses de deflação.
A China tem importância estratégica para o Brasil por ser um dos principais países importadores de matérias-primas, o que favorece grandes grupos exportadores do país, com ações listadas na Bolsa.
E nos EUA, o Departamento de Comércio publicou que as vendas do setor varejista subiram 1,3% em novembro ante outubro, no terceiro mês consecutivo de crescimento. Analistas de Wall Street contavam com um aumento de somente 0,5%.
A Universidade de Michigan divulgou sua sondagem sobre as expectativas do consumidor americano, apontando para um aumento da confiança na economia do país. A pesquisa ainda tem caráter preliminar.
No front doméstico, a sondagem da FGV (Fundação Getulio Vargas) projeta um crescimento de 3,2% da produção industrial de São Paulo em comparação com outubro.