Bolsa atinge os 70 mil pontos no primeiro pregão do ano com dólar a R$ 1,72 04/01/2010
Animados com indicadores da China, Europa e EUA, investidores voltaram às compras e abriram 2010 ainda em tom positivo no mercado brasileiro de ações. A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) emendou o seu sexto pregão de alta, acompanhando de perto o bom humor dominante nas demais Bolsas. A taxa de câmbio doméstica cedeu para R$ 1,72.
O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa paulista, subiu 2,12% no fechamento e bateu os 70.045 pontos, o "preço" mais alto desde 5 de junho de 2008. O giro financeiro foi de R$ 5,25 bilhões, abaixo da média dezembro (R$ 6,66 bilhões/dia).
Ainda aberta, a Bolsa de Nova York avança 1,52%. Na Europa, a Bolsa de Londres valorizou 1,61%, enquanto a Bolsa de Frankfurt teve ganho de 1,52%.
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O dólar comercial foi vendido por R$ 1,720, em baixa de 1,22%. A taxa de risco-país marca 190 pontos, número 2,56% abaixo da pontuação anterior.
A Bovespa estreou hoje o seu novo índice setorial, voltado para as ações de empresas do setor financeiro. O índice BM&F Bovespa Financeiro teve variação de 3,50% em seu primeiro dia, puxado pelos fortes ganhos das ações do Bradesco (3,62%), Itaú Unibanco (4,20%) e BM&F-Bovespa (5,71%).
Setor manufatureiro
Entre as principais notícias do dia, a entidade privada ISM (Instituto de Gestão de Oferta, na sigla em inglês) apontou crescimento acima das expectativas do setor manufatureiro nos EUA. O índice produzido pelo instituto, a partir de sondagem das empresas, apontou leitura de 55,9 pontos em dezembro ante 53,6 pontos no mês anterior. Analistas do mercado projetavam patamar de 54,3 pontos.
Outras pesquisas semelhantes também apontaram recuperação do setor na China e na Europa. O chamado PMI (indicador de atividade dos gerentes de compra, na sigla em inglês) no país asiático subiu de 55,2 pontos em novembro para 56,6 pontos em dezembro. Na zona do euro, o mesmo índice ficou em 51,6 pontos -- maior resultado desde março de 2008 --, contra 51,2 em novembro. Trata-se do maior ritmo de atividade em 21 meses para a região.
No front doméstico, o boletim Focus, preparado pelo Banco Central, mostrou a maioria dos economistas do setor financeiro aumentou suas projeções para o crescimento do país neste ano: de 5,08% para 5,2%.
Já o Ministério do Desenvolvimento registrou um superavit comercial de US$ 24,615 bilhões, o menor saldo positivo desde 2002.
Empresas
No setor corporativo, o jornal britânico 'Sunday Times' apontou que o grupo brasileiro Itaú Unibanco estaria em negociação para adquirir participações nos bancos Royal Bank of Scotland e Lloyds Banking. O banco brasileiro, por meio de sua assessoria, rechaçou a notícia.
O Pão de Açúcar anunciou a realização de oferta pública para adquirir ações dos minoritários da Globex (Ponto Frio). O grupo pretende adquirir 5,6 milhões de ações ordinárias ainda no mercado por meio de leilão marcado para 3 de feveireiro. O preço estipulado foi de R$ 7,58 por ação, corresponde a 80% do valor pago aos controladores. A ação da Globex avançou de 0,97%, enquanto o papel do Pão de Açúcar teve ganho de 0,61%.
Recomendações
As corretores de valores apostam no crescimento do consumo interno em suas sugestões de papéis aos investidores para o início deste ano. Empresas de varejo, bens de consumo e alimentos são a tônica comum de Ativa, Brascan e Link Investimentos para janeiro.
"O Brasil (...) parece reunir condições cada vez mais realistas para um crescimento acia de 5% em 2010, o que corrobora a visão de concentrar nossas recomendações em ativos ligados ao mercado local", avalia a área de análise da Brascan, em seu relatório distribuído aos clientes.
A equipe de analistas da Ativa aponta a ação ordinária da BR Malls (shopping centers) entre suas recomendações. O pessoal da Brascan prefere Marfrig (frigorífico) e AmBev (bebidas), enquanto os indicadores da Link vão para BR Foods (carnes embutidas) e Lojas Americanas (varejo).
A corretora Ativa também faz sugestões para outros setores tradicionais da Bolsa: o financeiro (Itaú Unibanco), energia elétrica (Equatorial) e mineração (Vale). No caso da Brascan, Vale. Usiminas, CPFL, Cemig, Brasil Telecom, MRV, Rossi Residencial e Marcopolo são as demais sugestões.
A Link ainda sugere AES Tietê, BM&F-Bovespa, CCR, Itaúsa, Oi, Petrobras, Suzano e Vale.